(imagem da internet)
Não tenho mais o que dizer sobre o desastre natural no Japão. A mídia já fez o seu papel: explorou, informou e, até, apelou para o nosso gosto mórbido por catástrofes.
Restou-me a reflexão. De acordo com exaustivas discussões e declarações públicas dos mais variados representantes de inúmeras áreas do conhecimento, não se pode afirmar com certeza que tudo tenha sido em decorrência da irresponsabilidade do ser humano para com sua casa maior, o nosso lindo planetinha azul. Vamos partir do pressuposto que não seja mesmo culpa nossa. Afinal, a crosta terreste é um organismo vivo, que se movimenta, nem sempre de maneira gentil, deslocando-se do seu eixo com mais frequência do que se pode imaginar, ou seja, é um corpo dinâmico.
Por outro lado, países que estão sob constante ameaça de tais eventos e possuem os recursos materiais e tecnológicos necessários, preparam-se para sua ocorrência, inclusive psicologicamente, evitando que tudo termine em histeria coletiva, o que contribuiria para um estrago ainda maior.
Pois bem. Que dizer, então, do iceberg que afundou o Titanic? Seu construtor não afirmara que 'nem Deus afundaria o Titanic'? Vocês ainda se lembram do terremoto que devastou Kobe, também no Japão, onde a engenharia de ponta usada na edificação da cidade supostamente garantia imunidade aos tremores? Se formos fazer um levantamento das chamadas 'catástrofes naturais' por que passou o planeta, desde seu surgimento no universo, levaríamos tempo em pesquisa e não conseguiríamos publicar aqui, concordam? Basta pensar nos dinossauros...
O que aprendemos com tudo isso? Na minha modestíssima opinião, muito pouco. Continuamos os mesmos seres primitvos, um pouco mais sofisticados, talvez, mas nos arrogando a supremacia sobre tudo que existe. Haja vista os conflitos recentes para a manutenção do poder absoluto em alguns países do norte da África.
Mesmo diante de fenômenos aleatórios, os quais, apesar de todo o avanço tecnológico, mostram-se impossíveis de controlar e ceifam milhares de vidas, nos julgamos capazes de pairar acima do bem e do mal. E seguimos vivendo como se poder, consumo desmedido, ostentação, competição feroz, egoísmo, intolerância e todo tipo de desvio de caráter e desvario fossem nos levar a algum lugar.
Deixo no ar algumas questões:
1. Onde pretendemos chegar?
2. Os fins justificam os meios?
3. Temos o direito de destruir o que recebemos de graça - um planeta para viver, capaz de nos prover de tudo que precisamos se tivermos o cuidado de preservá-lo?
4. Podemos viver irresponsavelmente e esgotar todos os recursos como se não tivéssemos descedência?
5. Precisamos de fato de tudo que ambicionamos?
6. Aonde nos levará a intolerância, seja ela religiosa, social, racial, ou qualquer outra?
7. Será mesmo imprescindível gozar de poder absoluto quando isto se dá em cima da miséria, escravidão, exploração e massacre de milhares de semelhantes?
8. Quem nos concedeu o direito de maltratar seres vivos só porque nós mesmos dizemos que somos a única espécie racional sobre a Terra?
9. Por que nos julgamos - e ao dinheiro!!! - mais importantes que qualquer árvore, planta, floresta, curso d'água, enfim, todos os recursos que pertencem ao coletivo?
10. O que será de nossa espécie daqui a uns poucos anos?
Acho que já dá para começar a reconhecer mea culpa. Com honestidade.
Afinal, até quando adiaremos as soluções, nos esconderemos atrás de nossa negligência, ou preguiça? E de nosso medo de envolvimento? E de nossa falta de atitude? Quando aprenderemos?
Perdoem-me: hoje, estou indignada.
3 comentários:
Angela
Estamos todos indignados.
Acabo de ler esta mensagem que me veio do Brahma Kumaris e vou partilhar com vc:
por Brahma Kumaris Brasil, segunda, 14 de março de 2011 às 14:42
Meus queridos Irmãos e Irmãs Divinos,
Os elementos da natureza novamente nos mostraram o quão poderosos e destrutivos eles podem ser, à parte de nossos conhecimentos e avanços científicos. Não precisamos mais de nenhuma prova da supremacia das forças da natureza. Estamos tocados e isto nos puxa de volta às nossas raízes espirituais, a essência de nosso ser e o manancial de onde flui toda a bondade.
Minha solidariedade mais profunda vai àqueles que foram afetados por este terremoto. Segurem-se firmemente na mão de Deus e deixem que Ele seja o seu guia através destes momentos de escuridão. Não é fácil perder entes queridos, embora o conhecimento de que a alma é eterna nos traz conforto e nós sabemos que aqueles que partiram estão verdadeiramente nas mãos de Deus.
E, para a família global, é imperativo que diariamente dediquemos tempo para espalhar luz e força aos nossos queridos irmãos e irmãs, e ao nosso precioso planeta, a Mãe Terra. Ela nos deu tanto a partir de sua graça e estamos em débito com ela. Não podemos mais continuar a apenas tomar; nós precisamos dar algum retorno a ela.
Ela está nos pedindo o presente da paz: paz em nossos relacionamentos pessoais, paz entre os povos, paz com os nossos recursos limitados e paz com Deus. Com cada gota de paz que criamos, estamos criando uma reconciliação: com nós mesmos, com o mundo, com os nossos queridos viajantes e com a natureza.
É muito importante que não fiquemos presos numa rede de perguntas de “por quê?”, “o quê?” e “como?” – esta confusão não nos permitirá termos estabilidade e calma interna. Ao invés disto, precisamos ter nossas vidas em nossas mãos e ter a determinação interna de forma que sejamos capazes de enfrentar os muitos desafios que continuam a nos confrontar.Nossos centros ao redor do mundo intensificaram suas meditações e mais e mais yogues estão meditando para espalhar vibrações de yoga para todo o mundo. Juntem-se a nós!Com luz e amor,E na Lembrança do Divino,
BK Janki
Ontem eu ouvi alguma coisa mais ou menos assim.
Fala-se tanto da necessidade de deixar um planeta melhor para os nossos filhos e, esquece-se da urgência de deixarmos filhos melhores para o nosso planeta.
Talvez esteja ai o princípio, ou a falta dele.
Bjs.
Wilma
www.cancerdemamamulherdepeito@blogspot.com
Fico tb indiganda com o rumo que a humanidade está tomando. A mim parece tudo fora do lugar, sem harmonia. Li o texto acima e concordo com BK Janki ( não o conheço) precisamos criar uma reconciliação com nós mesmos, com os outros, com a natureza e com Deus. Que Deus tenha misericórdia de todos nós! Um abraço!
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