(imagem do google)
Pois é, falávamos de temperos. Mas... eu vim para o sítio e aqui lido muito na minha 'ribalta culinária'. E aí, me permiti uma digressão. Para rimar poesia e cozinha. Surpresa? Nem tanto. Não fosse assim Caymmi não nos teria legado os segredos de seu precioso vatapá numa canção. Ou Chico, os de sua feijoada completa num samba saboroso.
Gostar de poesia requer uma certa delicadeza, um ouvido afinado, algum requinte. O que é possível desenvolver, com calma e vontade. Cozinhar também é assim. Para se extrair prazer do ato de preparar o alimento é preciso, antes de tudo, gostar. E isto significa ter afinidade com as panelas, os utensílios, os ingredientes, o calor do fogo, o silêncio, a contemplação, a alquimia de tudo. E quando se cozinha tendo em conta uma alimentação cheia de saúde, então é puro deleite!
Que ninguém se assuste: não estou falando dos chefs, aquela gente especial que transita pelo Olimpo da gastronomia. Falo dos "pobres mortais" dotados de uma certa elegância, como você, como eu.
Gente que tenta um jeito novo para uma receita velha; ou mais, transgride, muda tudo, suprime, reduz, acrescenta. Gente que dá novos usos a temperos tradicionais, tira o louro do feijão e põe sálvia; o manjericão da pizza e coloca no peixe; conhece todas as lojas de produtos especializados e diferenciados; passeia pelos mercados com o olhar atento às novidades; varre a internet em busca de opções de pratos mais saudáveis; ensaia e erra incontáveis vezes até conseguir o ponto perfeito do doce, a textura exata da massa, o perfume, o sabor, a fruição, enfim, quase uma epifania.
Parece muito? Tomo de empréstimo os versos de outro poeta amado, o português Fernando Pessoa (e seus 'múltiplos', únicos): "põe quanto és no mínimo que fazes", pois "tudo vale a pena se a alma não é pequena".
Poesia e cozinha, mistura finíssima...
P.S.: Voltarei aos temperos.
Gostar de poesia requer uma certa delicadeza, um ouvido afinado, algum requinte. O que é possível desenvolver, com calma e vontade. Cozinhar também é assim. Para se extrair prazer do ato de preparar o alimento é preciso, antes de tudo, gostar. E isto significa ter afinidade com as panelas, os utensílios, os ingredientes, o calor do fogo, o silêncio, a contemplação, a alquimia de tudo. E quando se cozinha tendo em conta uma alimentação cheia de saúde, então é puro deleite!
Que ninguém se assuste: não estou falando dos chefs, aquela gente especial que transita pelo Olimpo da gastronomia. Falo dos "pobres mortais" dotados de uma certa elegância, como você, como eu.
Gente que tenta um jeito novo para uma receita velha; ou mais, transgride, muda tudo, suprime, reduz, acrescenta. Gente que dá novos usos a temperos tradicionais, tira o louro do feijão e põe sálvia; o manjericão da pizza e coloca no peixe; conhece todas as lojas de produtos especializados e diferenciados; passeia pelos mercados com o olhar atento às novidades; varre a internet em busca de opções de pratos mais saudáveis; ensaia e erra incontáveis vezes até conseguir o ponto perfeito do doce, a textura exata da massa, o perfume, o sabor, a fruição, enfim, quase uma epifania.
Parece muito? Tomo de empréstimo os versos de outro poeta amado, o português Fernando Pessoa (e seus 'múltiplos', únicos): "põe quanto és no mínimo que fazes", pois "tudo vale a pena se a alma não é pequena".
Poesia e cozinha, mistura finíssima...
P.S.: Voltarei aos temperos.
2 comentários:
Eiii Ângela
Vi vc lá no blog e corri aqui prá te conhecer...Que delícia de surpresa, ainda mais pq a GULA é, dos pecados, o meu maior! Fazer o quê né? Ameiiii sua definição prós chefes rsrsrs. Volta sempre lá, que vou amar ter a companhia de mãos arteiras como as suas!!!
Beijuuss n.c.
Regina
www.toforatodentro.blogspot.com
Meu bem, a "epifania" está mais que bem utilizada, está poeticamente colocada!
Nào pare de escrever. Faça como eu, escreva quando tiver vontade, e alimente a vontade!
beijinho
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