Vou-me embora pra Pasárgada Lá sou amigo do rei Lá tenho a mulher que eu quero Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada Vou-me embora pra Pasárgada Aqui eu não sou feliz Lá a existência é uma aventura De tal modo inconseqüente Que Joana a Louca de Espanha Rainha e falsa demente Vem a ser contraparente Da nora que nunca tive
E como farei ginástica Andarei de bicicleta Montarei em burro brabo Subirei no pau-de-sebo Tomarei banhos de mar! E quando estiver cansado Deito na beira do rio Mando chamar a mãe-d'água Pra me contar as histórias Que no tempo de eu menino Rosa vinha me contar Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo É outra civilização Tem um processo seguro De impedir a concepção Tem telefone automático Tem alcalóide à vontade Tem prostitutas bonitas Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste Mas triste de não ter jeito Quando de noite me der Vontade de me matar — Lá sou amigo do rei — Terei a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada.
Texto extraído do livro "Bandeira a Vida Inteira", Editora Alumbramento – Rio de Janeiro, 1986, pág. 90
Amei! Tenho um CD com os poemas do Bandeira interpretados, literalmente, por Juca de Oliveira, uma beleza mesmo! Você sabe onde fica Pasárgada? Tem mapa? Tb quero ir para lá! Se descobrir me conte. Bjs
Querida Angela! Foi surpresa agradável a sua presença no meu blog e eu venho humildemente lhe dizer o meu obrigado pela consideração e palavras de grande amabilidade. Seu cantinho é acolhedor e virei outras vezes se me permite. Hoje estou passando pelos amigos e a deixar somente o meu kandando, volto breve, obrigado.
Que alegria com sua resposta quase imediata! Volte sempre que quiser, é um grande prazer. Depois quero que você me explique o significado de algumas palavras que você usa, embora eu suspeite o significado. Um grande abraço (kandando?).
4 comentários:
O comentário hoje é um poema! Tomara que goste!
Vou-me Embora pra Pasárgada
Manuel Bandeira
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.
Texto extraído do livro "Bandeira a Vida Inteira", Editora Alumbramento – Rio de Janeiro, 1986, pág. 90
Amei! Tenho um CD com os poemas do Bandeira interpretados, literalmente, por Juca de Oliveira, uma beleza mesmo! Você sabe onde fica Pasárgada? Tem mapa? Tb quero ir para lá! Se descobrir me conte. Bjs
Querida Angela!
Foi surpresa agradável a sua presença no meu blog e eu venho humildemente lhe dizer o meu obrigado pela consideração e palavras de grande amabilidade.
Seu cantinho é acolhedor e virei outras vezes se me permite. Hoje estou passando pelos amigos e a deixar somente o meu kandando, volto breve, obrigado.
Que alegria com sua resposta quase imediata! Volte sempre que quiser, é um grande prazer.
Depois quero que você me explique o significado de algumas palavras que você usa, embora eu suspeite o significado. Um grande abraço (kandando?).
Postar um comentário