Fiquei uns dias sem passar por aqui. Andei ocupada com uma nobre atividade, graciosamente chamada de check up, ou seja, uma 'auditoria' completa do meu corpo, para verificar como venho funcionando... Afinal, eu me ocupo com saúde.
Engraçado: quanto mais tempo vou vivendo, mais tecnologia tenho ao meu dispor e mais longa fica a lista de exames no pedido médico. Tenho 61 anos e imagino: como será quando tiver uns dez a mais? Fotografam-me, nua, pelo lado de dentro; vasculham despudoradamente meus fluidos corporais; até meu sangue, indiscreto, revela mais sobre mim do que eu mesma sei! Tudo para que meu clínico geral possa me dizer se e quanto tempo ainda tenho para farrear no planeta Terra.
A partir daí, ponho-me a conjecturar: no momento conturbado em que nos encontramos, tudo toma proporções gigantescas. As ondas dos tsunamis são as maiores e mais violentas já vistas;
os abalos sísmicos assustam e causam calamidades sem precedentes; a ameaça de uma gripe globalizada paira sobre nossas cabeças; a economia desanda; cresce a violência gratuita; e por aí vai...
E eu, que, como canta Benjor, "moro num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza" fico impressionada: como é que pode morrer gente aos magotes com diarréia, ou uma (inconcebivelmente)incontrolável epidemia de ... dengue?!
Sei perfeitamente que este blog sobre alimentação e saúde que faço questão de manter não vai chegar às destituídas vítimas de males tão, digamos, triviais. Não perco a esperança, porém: num país onde, paradoxalmente, de um lado, se desperdiça comida e, de outro, se morre de desnutrição, acredito que uma ação mínima de cada um de nós, no nosso entorno, nos locais que frequentamos, com aqueles com quem convivemos - inclusive quem trabalha para nós e muitas vezes não dispõe de informações, ou não consegue processá-las -, disseminando o conhecimento de que dispomos e, quem sabe, fazendo um pouco mais, não precisaremos de efeitos gigantescos e espetaculares, 'tsunâmicos' talvez, para ir, aos poucos, revertendo esse quadro. Como se diz, uma caminhada de quilômetros começa sempre com o primeiro passo. Romântica? Pode ser. Mas não desisto!!!
Bom fim de semana!
5 comentários:
Ângela, amada!
São taaaaantos os "interesses" envolvidos nessa questão, que me dá até preguiça...daria prá gente conversar até num guentá maiiiisss. Concordo com vc plenamente...vou fazendo quiném formiguinha, de pouquinho em pouquinho, ao meu redor...Mas num país como o nosso, com impostos prá tudo (nem gosto de falar)como é possível um ser humano morrer (e ainda morre!!!) numa fila aguardando senha prá ser atendido? E como nós, profissionais da área de saúde, em geral, ficamos à mercê dessas poooorrras(desculpe) de convênios, que pagam uma ninharia por consulta e aí o doutor tem que atender de 10 em 10 minutos prá "ganhar" e sobreviver no volume?!?! Saúde e educação nesse nosso país, não vou tá viva prá ver mudança! Enquanto isso vou fazendo... é pouco, mas vou!
E aqui? TUdo beleza com check up?
Beijuuss n.c.
Rê
www.toforatodentro.blogspot.com
Querida amiga, concordo que é "tirar leite de pedras". Concordo com tudo que você disse, aliás. Já desisti de esperar por mudanças da parte de quem deveria ser o responsável por isso. E também não tenho ilusões a esta altura da vida. Mas, vou carregando água no biquinho, que nem beija-flor, para apagar minha cota do incêndio, que nem você.
Quanto ao check up, já vi os resultados na internet e tudo me parece bem. Vamos aguardar o parecer do médico. Obrigada por seu interesse. Beijinhos carinhosos
Meu bem, como diz o adagiário popular: d egRão em grão, a galinha enche o papo.
I vamu ki vamu!
beijinho
I vamu ki vamu é ótimo! Seguidor japonês novo! Cést la vie... Bjs
Mai, bien sur, ma pune!
grosses bisous!
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