terça-feira, 30 de março de 2010

Nada radical - 1a. parte

"No meu prato que mistura de Natureza!
As minhas irmãs as plantas,
As companheiras das fontes, as santas
A quem ninguém reza...
(...)
As primeiras cousas vivas e irisantes
que Noé viu (...)"
(Fernando Pessoa /Alberto Caeiro)
O assunto de hoje é sério, importante, mas um pouco longo. Para não cansar, pensei em dividi-lo em dois posts. Ou três, quem sabe...
Já falei aqui sobre envelhecimento e oxidação. É um processo inevitável e irreversível; no entanto, vimos que pode ser adiado. Sabemos também, graças à intensa divulgação pela mídia, que radicais livres fazem mal e antioxidantes fazem bem. Bem, se é assim vamos consumir antioxidantes aos montes e ser felizes e saudáveis para sempre, certo? Não é tão simples quanto parece.
Há algumas décadas a ciência desvendou um dos mistérios por trás de doenças como cardiopatias, acidente vascular cerebral (AVC), câncer, diabete, mal de Parkinson, doença de Alzheimer, catarata e artrite: substâncias químicas altamente destrutivas, chamadas radicais livres. É preciso entender o que são eles. Trata-se de compostos com elétrons desemparelhados que se estabilizam por meio da oxidação de outras moléculas ("enferrujando-as" de fato). Tais moléculas incluem proteínas, carboidratos, lipídeos e... DNA. Durante o processo, esses compostos costumam gerar mais radicais livres, ativando um ciclo de destruição. O pior é que radicais livres são subprodutos da respiração e, por isso, um ônus inevitável da vida. Outros fatores também desencadeiam a sua produção, como exposição a raios X, ozônio, fumaça de cigarro, poluentes do ar, infecções microbianas e substâncias químicas industriais, além de atividades físicas intensas.
Após a descoberta, centros de excelência mundo afora puseram-se a pesquisar em diversas direções, com o objetivo de encontrar uma forma eficaz de neutralizar os radicais livres. Observou-se, então, que pessoas com uma alimentação rica em verduras, legumes e frutas estavam menos sujeitas aos males degenerativos. Concluiu-se daí que os responsáveis por isso eram os antioxidantes contidos nesse tipo de alimentação. Partindo da premissa de que radicais livres são 'do mal' e antioxidantes 'do bem', cogitou-se que ingerir suplementos e alimentos enriquecidos com tais substâncias seria uma maneira de evitar a oxidação e os males dela decorrentes. Simples assim.
Continua...

4 comentários:

Guma disse...

Olá amiga Angela,
Então estarei atento para a continuação do artigo que achei excelente. Farei para não perder.
Venho também para te cumprimentar e desejar uma Páscoa Feliz com saúde e alegria de viver para ti e para os teus.
Kandandos sinceros

Regina Rozenbaum disse...

Minina, amada!!!!
Assunto chiquérrimo, super oportuno, e didaticamente fantástico: PARABÉNS. Fez bem em dividir os posts, pois já aprendi nesse pouco tempo de blogueira, que a tchurma num agrada de nada grande dimaiiiisss rsrs dá preguiça de ler!
Beijuuss n.c.

www,toforatodentro.blogspot.com

Angela Fonseca disse...

Queridos amigos Kimbanda e Rê, obrigada pelo incentivo. Meu objetivo é esse mesmo: informar para ajudar a incrementar mais ainda a vida, que já é pra lá de boa!
Desejo a vocês uma Páscoa(= passagem, de Moisés e os judeus pelo Mar Vermelho) cheia de mudanças, sempre para melhor, junto a todos de quem vocês gostam muito. Superbeijo carinhoso.

foureaux disse...

Pela primeira vez, consigo começar a entender essa história de radicais livres e oxidantes.
Que bom que você existe e sabe estas coisas!
beijinho