quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Rapidinhas da cozinha: controvérsias

(imagem do google)

Volta e meia surgem novos estudos a respeito de alimentos saudáveis. Foi assim com o ovo, antes um vilão do mau colesterol, e hoje absolvido e até considerado um alimento de qualidade, com várias vantagens para a saúde.
Pois bem: a jornalista Marília Medrado divulgou uma matéria curtinha sobre o decantado  ômega 3. Uma nova pesquisa questiona os antes propagados benefícios desse ácido-graxo essencial. Vamos à nota.

ÔMEGA 3: benefício em xeque
     O ômega 3, tipo de gordura encontrada em peixes, castanhas e óleos vegetais, já não é mais o mocinho da nutrição para a saúde do coração, de acordo com estudo publicado na revista Journal of the American Medical Association. Ao analisar pesquisas anteriores com cerca de 70 mil pacientes, cientistas do Hospital Universitário de Ioannina, na Grécia, refutaram a capacidade dos ácidos-graxos ômega 3 de prevenir acidente vascular cerebral (AVC), infarto e mortes relacionadas a problemas cardíacos. Para eles, não há uma associação "estatisticamente significativa" entre o consumo da substância e a prevenção de doenças cardíacas. Uma das possibilidades de relação apontadas anteriormente seria a capacidade do ômega 3 de "reduzir os níveis de triglicerídeos, prevenir arritmias sérias, diminuir a agregação plaquetária e a pressão sanguínea."

A nota é curta e esclarece apenas os dados principais. Este é o único estudo do qual tenho notícia até o momento que refuta os benefícios do ômega 3. Não temos aqui os gráficos de amostragem e o detalhamento de como foi conduzida a pesquisa.
Longe de mim questionar a seriedade da instituição que levou adiante tal estudo: não tenho como, devido à precariedade da informação. No entanto, sei que muitas pesquisas , em especial no domínio da alimentação, são financiadas para atender o investimento de alguns grupos aos quais interessa comprovar, ou desacreditar, determinado produto, substância, teoria, ou coisa que o valha. Costumo dizer que a pesquisa científica não é absolutamente isenta, uma vez que o olhar do pesquisador e a pressão dos financiadores interfere no objeto estudado e, consequentemente, nos resultados estatísticos. Portanto, prefiro continuar confiando nos inúmeros estudos que defendem e exaltam os benefícios do ômega 3. São em maior número e também acontecem em instituições respeitáveis. Ou seja, continuo apostando nele. E vou continuar degustando, prazerosamente, meu salmão, minhas sardinhas, meu atum, minhas castanhas, meu azeite extravirgem. Que cada um faça suas escolhas.
Beijo.

domingo, 7 de outubro de 2012

Outubro Rosa: os dez mandamentos do câncer de mama

(imagem do google)
Reproduzo aqui um artigo de Jackie Fox (secondbasedispatch.com),  traduzido e publicado na revista Seleções do Reader's Digest.

Os dez mandamentos do câncer de mama
Neste mês de conscientização sobre o câncer de mama, 
eis as dicas de uma sobrevivente.
1. Dai a vós mesmas tempo para pensar. Quem recebe o diagnóstico acha que é preciso fazer alguma coisa na mesma hora. Não é. Respire fundo. Reduza a rotação da cabeça antes de tomar decisões.
2. Honrai vossos sentimentos, sejam eles de esperança, raiva ou medo. E não se surpreenda ao sentir tudo isso junto em 15 minutos.
3. Não julgueis o tipo de tratamento do próximo nem as atitudes e as opções de reconstrução. Nunca vi integrantes da comunidade do câncer de mama julgarem os outros. Os juízes de plantão são os que nunca passaram por isso. Alguns acham que você deveria superar o seu câncer de fitinha rosa e fofinha, toda animada, ou se sentir grata pela lição de vida. Nada a ver. Talvez você seja do tipo naturalmente otimista. Talvez se sinta mesmo grata. Tudo bem. Mas dizer que alguém deveria se sentir assim ou assado ao receber o diagnóstico é como dizer que alguém deveria ter um metro e oitenta ou olhos castanhos.
4. Amai a vós mesmas como ao próximo. Nós, mulheres, somos muito duras conosco. Dê a si mesma a pausa que daria a uma pessoa de quem você gosta caso recebesse um diagnóstico desses.
5. Não vos castigueis. Você não está com câncer de mama porque comeu coisas erradas, porque não amamentou, nem porque não fez exercícios suficientes.
6. Deixai que os outros vos ajudem. A família e os amigos querem fazer algo por você. Permita isso.
7. Não dareis falso testemunho contra a ciência. Você pode escolher um determinado tratamento ou não. (Veja o 3o. mandamento) Pode ter ou não uma boa experiência. Os outros podem aprender com o relato franco do que você passou, mas isso não a transforma em médica especialista. Nisso, as celebridades têm responsabilidade especial.
8. Perguntai aos médicos. "Qual é o risco de A ou B?" ou "O que quer dizer essa palavra?" ou "Pode repetir?". Os bons médicos gostam de ouvir suas perguntas e temores. Os nem tão bons assim precisam se lembrar de que há uma pessoa por trás daquela mama.
9. Aproveitai o dia. O câncer é como um elefante na sala. Às vezes é preciso lhe dar um tapinha nas costas enormes e feias, e dizer: "Desculpe aí, elefante, mas vou à praia, ao cinema ou passear com meus filhos. A gente conversa quando eu voltar. Agora vou sair e me divertir."
10. Lembrai-vos de que sois mais do que o vosso câncer. Você pode ser uma pessoa com câncer, mas também é mulher, irmã, filha, profissional e amiga. É você quem decide até que ponto o câncer faz parte da sua identidade.
Beijos.