domingo, 26 de junho de 2011

Yacon: a batata que faz a alegria dos diabéticos

(imagem da internet)


Meu sobrinho João, tão lindo, 27 aninhos, descobriu que tem diabetes insulino-dependente. Quase entra em depressão, coitadinho! Mas é um menino guerreiro, deixou passar o susto e resolveu encarar o problema de frente. Lembro-me dele pequenininho, com uma carinha redonda, cabelo bem lourinho e olhos enormes, que me encaravam timida e fixamente, como se adivinhasse que no coração daquela tia encontraria um cantinho confortável, cheio de amor.

Pensando nele - encontramo-nos há uma semana no aniversário de meu cunhado -, e em tanta gente que luta com o diabetes e sofre por ter de se privar de alimentos saborosos, mas proibidos, pensei em postar para essas pessoas.

Todo mundo adora batata, não? Tão cheia de amido... desaconselhada para diabéticos... No entanto, há luz no final do túnel. Reproduzo aqui parte de uma matéria publicada na revista vidanatural & equilíbrio, da editora Escala, número 42, página 26.

AMIGA DO DIABÉTICO

A batata yacon (Smallanthus sonchifolius), também conhecida como polínia, é um tipo bem diferente do que estamos acostumados a consumir, pois lembra mais uma pera e pode ser consumida crua.

O grande segredo deste tubérculo está em sua composição diferenciada. Ela é fonte de inulina, um tipo de fruto-oligossacarídeo (FOS), formado por unidades de frutose. "A substância possui discreta capacidade adoçante e é pobre em calorias, devido à baixa capacidade de ser absorvida", esclarece a vice-presidente da Associação Brasileira de Nutrição (Asbran), a nutricionista clínica Virginia Barroso Nascimento.

Por ser fonte de FOS, a yacon também atua como prebiótico, melhorando o funcionamento intestinal. "Os FOS agem indiretamente em vários outros aspectos orgânicos, auxiliando no controle do colesterol produzido pelo fígado, estimulando o sistema imunológico, aumentando a absorção de minerais e a produção de vitaminas do complexo B, vitamina K e biotina (coenzima essencial encontrada no fígado, nota minha)", explica Fernanda Machado Soares, nutricionista clínica do Rio de Janeiro.

Assim como o amido resistente da banana-verde, a inulina não é digerida e consegue chegar praticamente íntegra no intestino grosso. "Desta forma, ela não provoca aumento da glicemia e nem da taxa de insulina no sangue, sendo, consequentemente, indicada para os diabéticos", conclui Fernanda. Outros alimentos fontes de inulina são: alho, cebola, chicória, alcachofra e banana.

Características da yacon: é consumida crua, ao contrário dos outros tipos, que são apresentadas cozidas, assadas ou fritas. Mas pode, também, fazer parte de preparações. É proveniente dos Andes, sendo cultivada na Colômbia e Venezuela.




Tem gente pesquisando o uso da batata yacon na prevenção do câncer de intestino. Procure no google pelas palavras-chave.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Alimentos e emoções: contribuição de Marina

(imagem da internet)


É muito interessante esta imensa rede, na qual cada um encontra sua tribo. Vez por outra recebo, via e-mail, as contribuições luxuosas de seguidores e amigos que apreciam a minha cozinha e querem se alimentar com saúde. Desta vez a notícia me chegou através da Marina da Silva, do blog de mesmo nome. Ela me repassou um texto sobre os alimentos e as emoções, enviado por um amigo, Juca Zockner, curitibano que escreve saborosamente. Publico-o na íntegra.

ALIMENTOS E EMOÇÕES

BANANA - Contra a ansiedade

Se você anda mais ansioso(a) que o normal, aposte na banana para elevar os níveis de serotonina. Quando os níveis desse neurotransmissor estão baixos, falha a comunicação entre as células cerebrais. Aí você fica irritado(a) e, especialmente, ansioso(a). A fruta combina doses importantes de triptofano e vitamina B6. Juntas, as duas substâncias se tornam poderosíssimas na produção da serotonina.

Quanto consumir: 2 unidades por dia

MEL - pura alegria

Triste sem motivo? De novo a causa pode ser serotonina de menos. Nesse caso, o mel funciona como um calmante natural, pois aumenta a eficiência da serotonina do cérebro. Mas não é só aí que ele atua. Quando alcança o intestino, ajuda a restaurar a microflora intestinal. Resultado: o ambiente se torna mais propício para a produção de serotonina. Surpresa? Pois é, cerca de 90% do neurotransmissor do bom humor são produzidos no intestino.

Quanto consumir: 1 colher (sopa)/dia

ABACATE - amigo do sono

Dormir é tão importante para viver bem quanto comer direito e fazer exercícios. Tem noite que o sono não vem? Pôe fé no abacate. Tudo bem, ele tem gordura, mas é boa. E oferece vitaminas que ajudam você a se entender melhor com o travesseiro. A vitamina B3 equilibra os hormônios que regulam as substâncias químicas cerebrais responsáveis pelo sono. Já o ácido fólico funciona como se fosse uma enzima, alimentando os neurotransmissores que fazem você dormir bem.

Quanto consumir: 1/2 abacate pequeno, 3x/semana

SALMÃO - levanta o astral

Mau humor constante pode ser sinal de falta de ômega 3 no prato.O representante oficial dessa gordura amiga é o salmão. Mas existem outros peixes (atum, arenque e sardinha) que jogam seu astral lá para cima. O ômega 3 melhora o ânimo porque aumenta os níveis de serotonina, dopamina e noradrenalina - substâncias responsáveis pela sensação de bem-estar. Estudos também comprovam que este ácido graxo tira os radicais livres de cena e, assim, protege o sistema nervoso central.

Quanto consumir: 1 porção 3x/semana

LENTILHA - afasta o medo

Angústia e medo podem estar relacionados ao desequilíbrio de cálcio e magnésio. Essa dupla atua no balanceamento das sensações. Além de incluir alimentos com cálcio (queijo, iogurte) e magnésio (acelga), consuma mais lentilha. Ela tem efeito ansiolítico, ou seja, tranquiliza e conforta. Isso porque é precursora da gaba, neurotransmissor que também interfere nos sentimentos.

Quanto consumir: 3 conchas pequenas/semana

NOZES - matêm você concentrado(a)

São muitos os nutrientes das nozes. Mas é a vitamina B1 a responsável por essa fruta oleaginosa melhorar a concentração, pois a B1 imita a acetilcolina, neurotransmissor envolvido em funções cerebrais relacionadas à memória.

Quanto consumir: 2 nozes 4x/semana

CHÁ VERDE - espanta o estresse

Essa erva, a Camellia sinensis, tem fitoquímicos (polifenóis e catequinas) capazes de neutralizar as substâncias oxidantes presentes no organismo que, em excesso, deixam você cansado(a) e estressado(a) e acabam desorganizando o funcionamento do organismo. O estresse é capaz de desencadear a síndrome metabólica, culpada por doenças como a obesidade e a depressão. Beber chá verde, conforme alguns estudos, melhora a digestão e deixa a mente calma.

Quanto consumir: 4 a 6 xícaras (chá)/dia

BRÓCOLIS - deixa a mente esperta

É comum você demorar alguns segundos para lembrar o número do seu telefone? Este alimento é rico em ácido fólico, que acelera o processamento de informações nas células do cérebro, consequentemente melhorando a memória. Porções extras dessa verdura vão fazer você se lembrar de tudo rapidinho.

Quanto consumir: 1 pires/dia

ÓLEO DE LINHAÇA - dribla o apetite voraz

O óleo extraído da semente de linhaça e prensado a frio é uma fonte vegetal riquíssima em gorduras ômega 3, 6 e 9. Melhor: um dos poucos alimentos com uma proporção próxima do ideal, o que é imprescindível para que exerça suas funções benéficas. Uma delas é regular os hormônios que ajudam a manter o sistema nervoso saudável. Com isso, a ansiedade perde espaço e a compulsão por comida fica bem menor.

Quanto consumir: 1 colher (sobremesa)/dia, antes das refeições principais.

GÉRMEN DE TRIGO - acaba com a irritação

Assim como as nozes, o gérmen de trigo tem vitamina B1 e inositol, que reforçam a concentração. Mas por ter uma boa dose de vitamina B5, o gérmen é especialmente indicado como calmante, já que melhora a qualidade dos impulsos nervosos, evitando nervosismo e irritabilidade.

Quanto consumir: 2 colheres (chá)/dia

TOFU - espanta o desânimo

O queijo de soja tem o dobro de proteínas do feijão e uma boa dose de cálcio. Também é rico em magnésio (evita o enfraquecimento das enzimas que participam da produção de energia) e ferro (combate a anemia). Quando estes minerais estão em baixa no organismo, você se sente fraco(a) e sem ânimo. Mas é a colina, substância que protege a membrana das células cerebrais, que dá ao tofu o poder de acabar com o cansaço mental.

Quanto consumir: 1 fatia média/dia

Dr. Luiz Carvalho - Nutrólogo e Nutricionista

Gabriela Zanatta - Nutricionista

Como vocês puderam observar, os alimentos citados têm mais de uma substância, o que possibilita a escolha e a variação na ingestão diária de cada uma delas. Obviamente, cada um vai fazer sua escolha de acordo com sua queixa particular. Em outras postagens aqui da nossa cozinha vocês podem encontrar mais informações sobre as substâncias citadas, alguma coisa sobre o sono e a saúde, bem como receitas simples para variar o preparo de cada alimento.

Santé! Cabeça saudável é fundamental. Beijos.




sexta-feira, 17 de junho de 2011

Parque Municipal Américo Renné Gianneti, o pulmão de Belo Horizonte

(imagem da internet)


Folga na cozinha. O dia amanheceu lindo, céu de brigadeiro, pouco vento, menos frio. Saímos, meu marido, meu filho e eu, sem lenço e sem documento, como já cantou Caetano Emanuel Telles de Veloso. Fomos fazer uma caminhada no Parque Muncipal Américo Renné Gianneti. Para quem não sabe, fica no centro comercial de Belo Horizonte, um lugar barulhento, poluído, cansativo. Entra-se no parque e a impressão é de que se atravessou um portal para outra dimensão.

Há alguns meses, uma mulher, caminhando por lá, morreu atingida por uma árvore que caiu devido a infestação por broca. Fecharam o parque por cerca de dois meses e fizeram uma 'requalificação', como é moda dizer agora quando a prefeitura do município resolve recuperar e/ou remodelar um logradouro público. Fizeram um levantamento das árvores infestadas por pragas e que punham em risco a vida das pessoas, podaram, refizeram jardins, dragaram os lagos, trouxeram mais animais, tipo garças, marrecos e peixes. Terminado o serviço, reabriram o local para a população e hoje fomos lá conferir.

É um prazer visitar o nosso Parque Municipal depois dessa requalificação. Já era antes, mas com todo esse cuidado, parece ainda mais bonito e agradável. Pudemos perceber que os troncos das árvores podadas - espécies centenárias, lindas, frondosas! - foram trabalhados e utilizados para fazer bancos rústicos. Dentro do parque temos o Teatro Francisco Nunes, uma construção cheia de curvas orgânicas, projeto da construtora encarregada de planejar a cidade há 113 anos, e cujas paredes externas são cobertas com mosaicos, reproduzindo pequenos animais que podiam ser encontrados por lá à época em que o parque surgiu. Foi tudo lavado, recuperado e ficou uma beleza. Há também um orquidário com algumas espécies raras de nossa flora, ao lado de uma escola pública municipal profissionalizante que contempla alunos de baixa renda, tudo tão integrado com a natureza que não interfere. Uma ala do parque é dedicada ao lazer infantil e nos fins de semana a criançada, pelo preço irrisório de R$1,50, pode se divertir nos brinquedos mecânicos, ou brincar nos escorregadores, labirintos, gangorras e balanços sem pagar nada. Concertos da Orquestra da Fundação Clóvis Salgado - gratuitos! - acontecem por ali uma vez por mês, aos domingos. Nos gramados, pessoas descansam, lêem os jornais do dia, ou um livro, alimentam as carpas, ou dão voltas de pedalinho, atravessam pontes de madeira para visitar as ilhotas e coretos, ou, ainda, se reunem nos vários recantos com os amigos para um carteado, ou simplesmente 'jogar conversa fora'.

Os sabiás, que não são bobos, buscaram refúgio por lá e mansinhos, felizes, cantam, encantam e colorem as alamedas por onde se caminha.

Houve um tempo em que o lugar era refúgio de traficantes e usuários de drogas, além de menores infratores, e nos dias de semana chegava a ser perigoso transitar por ali. Com a criação da Guarda Municipal em 2003, hoje o parque é bem fiscalizado e garante a segurança dos visitantes.

Foi um passeio e tanto e recomendo o lugar para quem mora no centro da cidade e gosta de caminhar. Vamos voltar com mais frequência para usufruir do privilégio de respirar ar puro no nosso pulmãozinho municipal em pleno centro da cidade. Valeu!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Rapidinhas da cozinha: vai um guaraná aí?

(imagem da internet)


Segundo a tradição, o guaraná nasceu em solo brasileiro por obra e graça de Tupã, um dos deuses mais poderosos da mitologia indígena, para atender às preces de um casal indígena que não podia ter filhos. Quando a criança nasceu, Jurupari, outra divindade dos índios, conhecido como o Deus da escuridão, tomado pela ira, decidiu exterminá-la. A mãe, desesperada, pediu a Tupã que a salvasse e o Deus, comovido, lhe ordenou que semeasse os olhos do bebê em um pedaço de chão, porque frutos bons como a alma do menino nasceriam naquele lugar. Surgia, então, sobre a Terra brasillis, a espécie Paullinia cupana, popularmente conhecida como guaraná, cujas propriedades saudáveis todos conhecemos: restaurar o vigor e a saúde através de suas principais substâncias, como a cafeína, a guaranina, a teobromina, a teofilina e o tanino, que atuam como estimulantes do sistema nervoso central.

Há bem pouco tempo uma nova pesquisa com o guaraná, conduzida por profissionais do Hospital Albert Einstein e da Faculdade de Medicina do ABC, em São Paulo, comprovou o efeito do extrato de guaraná em mulheres que fazem quimioterapia contra o câncer de mama: ele reduz a fadiga que acomete estas mulheres durante o tratamento. De acordo com o estudo, 66% das pacientes acompanhadas mostraram-se mais dispostas após receberem doses diárias do guaraná por três semanas. Diante do resultado positivo da pesquisa, novos estudos vêm tentando verificar se o uso constante do guaraná pode atuar preventivamente contra o câncer. Nada conclusivo ainda, mas é uma esperança.

Enquanto a pesquisa caminha, vai um guaraná aí?

Beijos. Bom fim de semana.

P.S. As frutinhas se parecem mesmo com olhinhos, não acham?

terça-feira, 14 de junho de 2011

La dolce vita con... Stevia!



(imagem da internet)


Sumi, não? Muitas outras atividades me tomaram o tempo neste último mês e não poderia me furtar a elas. Estive no sítio, inclusive, e, apesar do tempo seco e frio, a horta vai produzindo no seu ritmo. As cítricas adoram esta época e produzem a fartar. Sempre bom estar lá: oxigênio, paz, vida simples.

Venho hoje dar uma notícia interessante sobre um produto que já uso há alguns anos. Encontrei uma matéria curtinha e interessante na Seleções do Reader's Digest, que reproduzo abaixo.

ATENÇÃO AOS ADOÇANTES

A estévia, adoçante de baixa caloria feito à base de uma planta nativa da América do Sul, está conquistando o mundo. Saiba como usá-la.

O que é? Estévia é o nome popular do extrato de esteviosídeo, tirado das folhas da Stevia rebaudiana, planta encontrada na América do Sul, natural e de gosto doce. A estévia já é bem conhecida no Brasil, mas vem ganhando cada vez mais espaço no mercado internacional e entrando na composição de centenas de produtos alimentícios, como chás, refrigerantes, sucos, leite de soja, pães, bolos, flocos de cereais, molhos para saladas e doces.

É util? Um estudo verificou que, comparada à sacarose e ao aspartame, a estévia reduziu o nível de glicose e insulina no sangue. "Ela também ajuda a reduzir as calorias quando usada para substituir uma quantidade equivalente de açúcar e mel", diz a nutricionista australiana Emma Stirling.

Desvantagens? Ela explica que, assim como os outros adoçantes não nutritivos, a estévia provavelmente não é tão versátil na culinária quanto o mel e o açúcar. "Ela não é estável no calor, não doura nem carameliza. Para quem gosta de fazer doces e bolos, é melhor ter açúcar na despensa e guardar a estévia para o chá e o café".


Minha experiência pessoal:

1. Para quem rejeita adoçantes em razão daquele gostinho amargo residual ao final de um cafezinho, ou uma xícara de chá, garanto que isso não ocorre com a estévia. Aliás, quando comecei a usar fiquei impressionada com a forte semelhança com o sabor do açúcar;

2. Concordo com o que foi dito a respeito das desvantagens, exceto quando se faz bolo caseiro, sem glacê. Para adoçar a massa basta substituir a quantidade recomendada de açúcar da receita pela mesma quantidade de estévia. Algumas marcas, inclusive, têm a versão "culinária'';

3. A estévia não é boa para adoçar sucos: empelota e, dependendo da quantidade, amarga.

Contudo, nesses bons anos de uso, só tenho elogios e incorporei-a à minha alimentação.

Até breve. Beijos.