quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Ponha o peixe na mesa: receitas espertas

(imagem da internet)
Quando venho aqui falar de alimentação meu foco é SAÚDE. Até falo da doença para esclarecer alguns aspectos, no entanto o objetivo é promover uma vida saudável.
As informações abaixo colhi em outra fonte (matéria de jornal):

"O peixe é um alimento rico em proteínas, principalmente aquelas com alto valor nutricional. E quase todas são absorvidas pelo organismo, graças à sua alta digestibilidade. Tanto que a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura recomenda a ingestão média anual de 12 quilos de pescado. Outra característica importante desse alimento é a grande quantidade de ácidos graxos polinsaturados. Pesquisas mostram que a ingestão desses aminoácidos, conhecidos como ômega-3, diminui a incidência de doenças cardiovasculares (imaginem quem não pode fazer reposição hormonal!) e dos índices de colesterol ruim, além de favorecer o desenvolvimento da coordenação motora em crianças e a prevenção de demência em idosos. 'Realmente é um alimento muito bom, que atua na prevenção de várias doenças', ressalta a engenheira de alimentos e professora da Universidade Federal de São Paulo, Viridiana de Rosso. 'A única coisa que se deve observar é que, por serem muito ricos em nutrientes, servem também de alimento para bactérias, o que pode causar infecções alimentares, caso não sejam armazenados e preparados em condições sanitárias', alerta."

Hoje é dia de receitinha esperta. Com peixes. 'Quem canta seus males espanta', quem cozinha delícias também! Cozinhar cantando é o céu. Voilà!

Atum grelhado com maracujá
Ingredientes para 4 porções:
4 postas de atum (cerca de 100g cada); sal; 1 dente de alho amassado; um fio de azeite de oliva; 1 colher (sopa) de hortelã picada; 1 maracujá fresco.
Modo de preparo:
Tempere o atum com sal, alho, azeite e deixe marinar. No liquidificador faça um molho com o suco de maracujá e a hortelã, levando ao fogo para reduzir. Grelhe o atum levemente dos dois lados e sirva com o molho de maracujá. Quer enfeitar? Decore com folhinhas de hortelã.
Tempo de preparo: 15 minutos
Calorias por porção: 190 kcal

Risoto de salmão
Ingredientes para 4 porções:
4 postas de salmão cozido sem tempero (cerca de 100g cada); 1 cenoura ralada; 1 xícara (chá) de arroz (de preferência integral) cozido; 1 colher (sopa) de shoyu; 1 colher (sopa) de cheiro verde picado (salsa, cebolinha, hortelã ou majericão, quem sabe alecrim de que eu gosto muito com peixe...); folhinhas para decorar.
Modo de preparo:
Desfie o salmão cozido e tempere com o shoyu. Junte a cenoura ralada. Misture tudo com o arroz. Acrescente o cheiro verde.
Variação: substitua o salmão (mais caro) por atum ou sardinha.
Tempo de preparo: 1 hora (cozimentos) e 10 minutos (montagem)
Calorias por porção: 225 kcal

Ajoelhe... e coma! (risos)

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Dando um tempinho para degustação




(fotomontagem de Anne Geddes na internet)
Ei, pessoal, tudo azul? Nestes últimos dias postei muita informação. Hoje resolvi dar um tempinho para vocês degustarem o conteúdo das postagens. Volto já.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

A dieta do Dr. Bob Arnot - Parte II

O que são 'gorduras do bem'? Segundo o Dr. Arnot, são os ácidos graxos ômega-3 e ômega-9, estes últimos mais conhecidos como gorduras monoinsaturadas.
Onde encontrá-los? Bem, os ômega-9 estão presentes no azeite de oliva e no óleo de canola. Não por acaso, o índice de Ca de mama é significativamente mais baixo nos países do Mediterrâneo. No entanto, ambos são gordura e, como tal, devem ser usados com bom senso; não é porque se tratam de gorduras saudáveis que podemos abusar. Recentemente, surgiram na internet alguns artigos desfavoráveis sobre o óleo de canola. Pelo sim, pelo não, dou preferência ao azeite de oliva. Como no cozimento este óleo perde uma porcentagem de seus componentes benéficos - os polifenóis (há uma postagem anterior no meu blog sobre azeite e seus benefícios para a saúde) -, faço o seguinte: uso o azeite comum para cozinhar e o extra-virgem para temperar. É possível encontrar boas marcas de óleo de oliva que não são muito caras. Na minha opinião, e como vamos usar quantidades reduzidas e mais saudáveis, a diferença no preço (custo-benefício) vale a pena.
Quanto aos ácidos ômega-3, eles estão presentes nos peixes gordurosos, de águas frias e profundas. Seu consumo mostrou ser um protetor em mulheres inuit (antigos esquimós), que, aparentemente, não têm Ca de mama. E algumas pesquisas revelaram que esta gordura preveniu metástases de Ca de pulmão em ratos. O fato de viverem em águas profundas praticamente elimina a probabilidade de estarem contaminados por metais pesados, usados em garimpo. E seu consumo é tão benéfico que, no final, ainda vale a pena ingeri-los, junto com alimentos ricos em antioxidantes como proteção. Falarei deles em outra postagem.
Alguns argumentarão "Mas salmão é um peixe muito caro!..." Concordo, mas temos a sardinha, brasileiríssima e de baixíssimo custo. "Mas sardinha é gostosa quando frita!..." Discordo: podemos empaná-la e assá-la. Fica uma delícia. Embora haja controvérsias sobre alimentos enlatados, a sardinha em lata é uma alternativa. Além desses peixes, temos o arenque, o atum, a truta e a abrótea, conhecida como bacalhau brasileiro, com a qual se faz uma bacalhoada saborosa, com os ingredientes certos.
As cápsulas de óleo de peixe só deverão ser consumidas sob prescrição médica; segundo Bob Arnot, esses óleos são tão processados, que poderiam conter contaminação não detectável, o que sugere que a melhor forma de consumir ômega-3 é mesmo comendo peixe.
Vale ressaltar ainda que, nas embalagens industrializadas, o atum pode conter ácidos graxos ômega-6, mas em pequena quantidade, e que o óleo de bacalhau contém vitaminas A e D, as quais, em grande quantidade, podem ser tóxicas.
Minha contribuição: para as pessoas que não se sentem muito atraídas por peixe, alegando que não gostam do cheiro, ou do gosto, informo que limão no tempero e leite de côco no cozimento suavizam sabor e odor. E... evite frituras! Não são saudáveis para ninguém.
Fazer escolhas e cuidar da saúde, certamente, alimentam a auto-estima e, em consequência, o bom funcionamento do nosso corpo, nossa querida máquina de viver.
Um abraço.
A pirâmide acima não espelha completamente o que o Dr. Arnot diz, mas é bem bonitinha e ilustrativa...

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A dieta preventiva do Dr. Bob Arnot

(imagem do google)
A conduta médica no tratamento do câncer de mama é determinada pela avaliação clínica e os achados nos exames complementares. Um anatomopatológico criterioso revela uma série de dados importantes, dentre eles se o tumor é, ou não, hormônio-dependente. Caso o resultado seja positivo, isso significa que o combustível que alimenta o câncer são os hormônios que o próprio organismo feminino produz, mais especificamente o estrogênio. Dependendo do caso, o médico vai prescrever uma droga, ou uma combinação delas, chamadas de bloqueadores dos receptores de estrogênio. A chamada terapia hormonal bloqueia os receptores contra os efeitos do hormônio, o que reduz significativamente o risco de recidivas em 50% dos casos, segundo os pesquisadores.
Em sua pesquisa, o Dr. Arnot descobriu, no entanto, que certos pesticidas utilizados na agricultura agem como o estrogênio no corpo da mulher. Determinadas gorduras também deveriam ser evitadas e substituídas por outras. Ele explica porquê. Os dutos mamários são circundados e apoiados por células de gordura. Se a gordura que ingerimos é saudável não há problema, mas certas gorduras pode agir como um detonador do Ca de mama e, no caso de mulheres que já foram acometidas, contribuem para o aparecimento de metástases e consequente invasão de outros tecidos do corpo.
E aí, que gorduras evitar e que gorduras ingerir? Bob Arnot lista as seguintes, sob o título 'Gorduras a serem evitadas':

1. Ácidos graxos ômega-6, encontrados nos óleos de milho, de soja(!), de amendoim, de semente de uva e de gergelim, dentre outros;
2. Alimentos feitos com ácidos ômega-6, tais como maionese, molhos prontos para saladas e margarina;
3. Gordura trans ou hidrogenada, aquela que dá crocância a biscoitos e crackers, chips, 'melhora' a textura de misturas para bolo, dentre outras;
4. Gorduras saturadas, contidas no leite e derivados integrais, carne vermelha, em especial aquelas partes com capas de gordura. Este tipo de gordura também triplica o risco de doenças cardíacas;
5. Carboidratos refinados, como os produtos feitos com farinhas brancas e açúcar. Este último transforma-se em triglicérides, uma gordura igualmente nociva para o coração.

O que fazer, então, já que estas substâncias estão presentes na maioria dos produtos industrializados? Substituí-las pela gordura do bem.
Deixo este assunto para amanhã e termino a postagem de hoje com uma receitinha minha para substituir a maionese:
Misture um copo de iogurte natural desnatado com um fio de azeite extra virgem, caldo de meio limão, hortelã picadinha bem finamente, um pouquinho de molho shoyu e as ervas que mais apreciar. Ganha-se em sabor e saúde.
Boa tarde para vocês!

domingo, 26 de setembro de 2010

Um assunto muito sério III

(imagem da internet)
Quem visita o site do Dr. Robert Burns Arnot, MD, fica impressionado com o trabalho desse bostoniano de sorriso gentil. Um clique no perfil e ficamos sabendo que ele é physician (=médico) e medical news correspondent (correspondente sobre novidades na área médica). Na verdade, Bob Arnot trabalha como jornalista, divulgando resultados de pesquisa, progressos e novidades na área da ciência da saúde, se é que assim posso me expressar. É como o vejo.
Na última década do século XX, quando decidiu 'arregaçar as mangas' e debruçar-se sobre a questão do câncer de mama, transformando o farto material pesquisado em um livro sobre o assunto - que virou best seller em razão da quase 'epidemia' da doença no mundo -, uma forte motivação o levou ao trabalho: sua mulher, Courtney, tinha um predisposição genética para o problema, pois trazia no DNA a história familiar da doença. Sua mãe fora vítima, muito jovem ainda, de um Ca de mama agressivo. E Courtney se perguntava, e perguntava ao marido: "O que posso fazer para me prevenir?" A busca pelas respostas tornou-se uma meta para o Dr. Bob Arnot nos anos 90. O trânsito no meio médico facilitou o acesso a muitas instituições de pesquisa e tratamento de renome na América. Suas fontes estão todas citadas na obra e não vou perder tempo, aqui, de listá-las, pois li e possuo o livro, que me serve de referência às informações que agora ofereço. Nada é opinião minha, até porque, reafirmo, não sou profissional de saúde. O que não me impede de compartilhar conhecimento.
O objetivo inicial do Dr. Arnot - conhecer as alternativas para a prevenção - foi superado ao longo de seu estudo e ele apresenta alternativas também para as mulheres que já foram acometidas pela doença, as que estão em tratamento, as que se acham em período de remissão, incluindo, definitivamente, a escolha de uma nutrição eficiente (= funcional) como parte da abordagem multidisciplinar do câncer.
Ao apresentar seu trabalho, ele menciona o fato de que, em termos de pesquisa científica, o que se busca é o chamado "end point", ou seja, uma resposta conclusiva à hipótese proposta. À época, nem tudo havia chegado a este ponto; no entanto, as instituições se propuseram a aplicar o conhecimento já adquirido como "intermediate point", aquele que já apresentava resultados significativamente animadores, para que as mulheres não deixassem de se beneficiar das descobertas a espera de uma conclusão. Há relato de casos, nomeando as pacientes, os médicos e nutricionistas envolvidos, bem como as instituições de pesquisa.
Esta é apenas uma breve introdução ao que pretendo publicar aqui, para que as pessoas interessadas possam situar-se quanto à seriedade do estudo. A partir de amanhã, começo a divulgar as informações nutricionais propriamente ditas.
Um forte abraço.


sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Fim de semana

(imagem da internet)
A dieta preventiva ao câncer de mama do Dr. Bob Arnot, que já mencionei em postagem anterior, é sensacional e tão rica de possibilidades que, certamente, precisarei de mais de uma postagem para repassá-la a quem se interesse, com o maior detalhamento possível. Entretanto, não quero falar sobre isso agora. Justifico: estou tão feliz com as notícias que recebi ontem e hoje, logo pela manhã, que resolvi compartilhar esta celebração da alegria com vocês, meus amigos.

No final da tarde de ontem soube, através de publicação no blog dela, que uma amiga recente, mas não menos querida, vai finalmente enfrentar uma cirurgia para a remoção de um tumor de mama no início de outubro. Quem já passou pela experiência, sabe muito bem o nível de ansiedade porque passa uma pessoa que já enfrentou um tratamento agressivo, perdeu o cabelo - moldura do rosto -, passou pela angústia de aguardar um diagnóstico, sentiu-se só em muitas circunstâncias e ainda vai enfrentar a invasão de uma parte de seu corpo - tão importante para nós, mulheres -, sem sequer imaginar o que virá depois, e como virá... Porém, confesso que fiquei satisfeita com a notícia: ela vai, finalmente, se livrar de um tecido estranho que não lhe pertence e o que vem em seguida, a despeito do longo processo de tratamento e cura, é uma sensação de liberdade e alívio. A partir daí, começa uma nova etapa, difícil ainda, mas positiva, porque tudo o que vai ser feito será para a superação do acidente de percurso. E isso é muito bom.

Hoje, pela manhã, bem cedinho, outra amiga muito querida me ligou com uma notícia que garantiu o alto astral do dia: o resultado de sua biópsia 'tira-teima' - a anterior fora inconclusiva - deu negativo para neoplasia maligna. O mais engraçado é que ela me ligou da rua, sentadinha na calçada, chorando de emoção, segundo ela 'como se fosse uma adolescente que passou no vestibular'. O papel do laboratório trazia informações sobre uma série de encrencas nessa mesma mama e ela, ainda assim, não cabia em si de contente, porque tanto a preservação de seu corpo, como sua garantia de vida também estavam ali, descritas definitivamente. Catarse pouca é bobagem. Fiquei engasgada e meio boba de tanta emoção.

Para completar meu dia perfeito, hoje é dia de cantar. Uma vez por mês, sempre às sextas, reuno-me com duas outras amigas, para um vinho tinto e muita cantoria. A gente liga um videokê e põe a boca no mundo por umas duas horas, rindo, conversando sobre a vida e coisa nenhuma e, assim, vamos nos libertando dos inevitáveis 'lixos' acumulados na alma. Diz o dito popular que 'quem canta seus males espanta'. E celebrar a vida sempre vale muito a pena!

Que dia! Bom fim de semana para vocês!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Ela chegou!


(imagem do google)
Hoje interrompo um pouquinho as postagens sobre câncer e alimentação para celebrar.
O centro comercial da cidade de Belo Horizonte, como o da maioria das capitais brasileiras - há honrosíssimas exceções! -, não é bonito. Carros demais, ônibus demais, ar poluído demais, gente demais andando sem rumo, excesso de ruído, enfim, tudo meio caótico. Mas... o consultório da minha dentista de muitos anos é em pleno coração do centro, a praça Sete. Sete o quê mesmo? Sete de setembro, dia da proclamação da independência do Brasil por Pedro I, um português.
Lá fui eu cuidar do sorriso. Aproveitei, então, que estava no centro da cidade e perambulei um pouco: fui ao banco, à papelaria e a uma loja de frutas na Rua Tamoios que é um achado, vende frutas comuns e exóticas, verduras e legumes de excelente qualidade e onde se pode tomar um suco de misturas de frutas variadas, preparado na hora, simplesmente de-li-ci-oso, por R$3,00. Cansada, já voltava para casa, quando, em plena esquina barulhenta, suja e feia, surge, resplendente, um ipê rosa imenso, coberto de flores. Parecia escandalosamente deslocado em meio ao caos, porém dono de uma imponência inquestionável. O mais curioso é que por ele passava gente apressada, fisionomia carregada, sem perceber que o ipê estava ali e que bastaria um olhar para desanuviar qualquer semblante. Passei por ele e, vaidoso com o olhar embevecido que lhe dirigi, deixou cair uma flor no meu cabelo despenteado pelo vento. Cumplicidade absoluta.
Pensei: ipê é uma planta perseverante, que cresce e floresce e encanta nossos olhos nos lugares mais inóspitos e até em meio a condições adversas - faz tempo que não chove em nossa cidade! Aí pensei também na Luz maior, aquela que vela por todos nós enquanto andamos ao acaso, despreocupados, e que veste com luxo as árvores para enfeitarem nosso caminho.
Gente, a primavera chegou! E, a despeito dos prognósticos sombrios de chuvaradas intensas, lá estão os ipês, por todo lado, a nos dizer que, se nem tudo são flores, eles garantem o espetáculo.
Bons ventos soprem para nós!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Um assunto muito sério II

(imagem da internet)
Quem a vê assim, tão singela e linda, não pode imaginar o bem que ela faz... O nome é pomposo também: Linun usitatissimum L. Já descobriram quem é, não? Isso mesmo: linhaça!
Travei conhecimento com o trabalho da Dra. Lilian Thompson pela primeira vez através de uma revista. Não era uma publicação científica, era uma dessas revistas que se compra em banca, dirigida para um determinado segmento de leitores: Saúde! é vital, da Editora Abril. Já fazem alguns anos que li a matéria, mas ainda me lembro o quanto me surpreendeu.
A Dra.Thompson vinha desenvolvendo um trabalho na Universidade de Ontário, Canadá, com mulheres portadoras de Ca de mama. Era um grupo de 8 mulheres, cada uma delas num estágio diferente da doença, que se dispos a ingerir linhaça diariamente, na dose de duas colheres de sopa - ou seja, 20g/dia. O consumo poderia ser como suplemento, em misturas com frutas e vitaminas, bem como em bolos, biscoitos e outros assados. Os resultados relatados foram significativos: algumas mulheres cujo tumor era muito grande, inoperável no momento da detecção - ou seja, teria que passar por um tratamento quimioterápico para redução da massa tumoral antes da cirurgia - tiveram as lesões reduzidas a ponto de se tornarem operáveis mesmo sem a quimio. Por analogia, eu, sem qualquer conhecimento científico, penso - e apenas penso! - que o resultado poderia ser o mesmo em casos de hiperplasia benigna da mama, ou seja, tumores sem malignidade, mas que causam tanto incômodo às mulheres. Nas outras pacientes, a Dra. Thompson observou um pós-operatório melhor e uma redução nos casos de recidiva e/ou metástases.
A revista em questão apresentava informações reduzidas, porém serviu de referência para que eu fosse em busca do trabalho da pesquisadora e equipe na internet. Não vou dispor de espaço aqui para relatar tudo que encontrei, mas, como já mencionei, é só buscar por ela no google e uma porta se abre para sua pesquisa e a de outros profissionais a respeito da linhaça. Cada um vai encontrar lá os dados adequados a seu caso específico.
Restrinjo-me a alguns esclarecimentos:
  1. A linhaça deve ser consumida na forma de farinha, porque nosso aparelho digestivo não é capaz de quebrar o invólucro da semente e o aproveitamento é zero;
  2. A farinha oxida com facilidade, portanto a melhor forma de armazenamento, após aberta a embalagem, é sob refrigeração. Mesmo assim, o prazo de validade é de um mês, quando em uso. Já que a porção diária não deve ultrapassar 20g é bom verificar a quantidade contida na embalagem, para evitar perdas, já que se trata de um produto relativamente caro;
  3. Não existe diferença entre as linhaças dourada e marrom, apenas nas questões de preço - a marrom é mais barata - e de sabor - a dourada é mais suave;
  4. A linhaça pode ser consumida em família, porque é muito boa para regular o intestino e também previne o câncer de cólon, segundo algumas pesquisas;
  5. Quem tiver tempo e paciência, pode comprar a linhaça em semente e torrar a quantidade a ser consumida diariamente em fogo baixo por 10 minutos, e depois batê-la para fazer farinha no liquidificador (sinceramente, não é o meu caso...)
  6. A linhaça pode ser encontrada em casas de produtos naturais, em marcas e embalagens diversas. Atenção ao prazo de validade e acondicionamento!
  7. Cápsulas de óleo de linhaça, bem como substitutos de reposição hormonal a base do princípio ativo da semente só devem ser ingeridos sob prescrição médica e na concentração indicada. Alguns nutricionistas alertam contra o uso indicriminado destas apresentações: elas pode afetar uma membrana que envolve as células.
  8. A LINHAÇA NÃO SUBSTITUI O TRATAMENTO CONTRA O CÂNCER!!!

Resumidamente, eram estas as informações sobre a linhaça que queria partilhar com vocês.

Em tempo: temos gente séria e muito competente pesquisando alimentos funcionais no Brasil. A Dra. Jocelem Salgado e sua equipe, da ESALQ - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da USP - Universidade de São Paulo em Piracicaba têm um trabalho importante na área e inúmeros livros publicados. Podem procurar por ela também no google ou no site da ESALQ.

Até amanhã. Vem mais informação por aí. Abraços.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Amizade verdadeira

(imagem da internet)

Como não possuo formação acadêmica nas áreas de saúde e nutrição, por vezes me invade certo pudor de estar postando informações sem qualquer qualificação para isso. Na verdade, tenho o cuidado de fornecer as fontes, de divulgar os nomes e de me ater ao que foi publicado. Mesmo assim, peço 'consultoria' dos amigos verdadeiros, aqueles que têm vontade de incentivar, mas também a liberdade de criticar. Foi o que fiz com a última postagem: afinal, estava tocando em 'um assunto muito sério'. Quando adoeci, tive a felicidade de encontrar, ao longo da jornada, profissionais que hoje são também amigos de fato, a quem tenho a confiança de pedir as orientações técnicas, mas também palpites sobre meus projetos.

Luiz Eduardo Toledo Avelar foi meu cirurgião plástico. Continua sendo um desses amigos. Passamos juntos um ano inteiro, tentando reconstruir o que a doença levou. Estabeleceu-se uma grande camaradagem entre nós e um vínculo de respeito mútuo que muito bem me faz. Pedi a ele que lesse a publicação e me desse uma opinião sincera. Vou postar a resposta, não apenas porque ele pediu, mas porque mostra sua sensibilidade e aquilo que descobrimos em comum: a vontade de ser úteis aos nossos semelhantes. Aí está:

"Angela, estou a poucas horas de viajar, mas não pude resistir...Tentei postar este comentário no seu próprio blog, mas não "foi". Deve ter sido algum erro meu mesmo. Sou meio ruim com isso (quanta modéstia!). Conforme combinado, li sua última mensagem e não consegui deixar de te responder. Li há algum tempo o livro de uma jornalista brasileira, chamado Tire esta mágoa do peito, em que a autora atribui a formação do câncer de mama a 'lixos mentais' que armazenamos. Lógico que sabemos o quanto a mente nos domina e que a mesma seria perfeitamente capaz de produzir uma doença (seja ela qual for). No entanto, acredito piamente que somos frutos de nossos hábitos, de nosso meio... Aquele 'papo' de sermos o que comemos toma uma proporção realmente significativa. Acredito que muito tem ainda a ser descoberto, porém estudos recentes nos remetem à importância dos alimentos funcionais. Se, por um lado, alguns tipos de comida nos fazem muito mal, alguns alimentos nos defendem, aumentam nossa imunidade, combatem doenças... Sou apenas um aprendiz, sem conhecimento científico suficiente e sem causa própria (felizmente!), mas me curvo ao poder de nossa amiga linhaça, da nossa querida soja, do poderoso alho e seu xará poró, entre tantos outros. Não se preocupe em invadir territórios quando, na verdade, territórios nessa área não existem... O que existe é uma grande sede por conhecimento, um profundo respeito e amor ao ser humano (emocionante!) e uma grande vontade de ajudar o próximo!

Muito obrigado, Angela, pela oportunidade que você me deu de ter acesso ao seu vasto conhecimento (generosidade!) e, por favor, sirva-nos do seu banquete!!!! Luiz Eduardo

PS: - Se conseguir, poste por mim esta mensagem no seu blog; - foi lançado um outro livro, Força na peruca, que conta de forma cômica a situação de uma mulher que passou por um câncer de mama, encarando-o de frente. Acho que vale a pena conferir. " (os grifos são meus)

Obrigada, Luiz Eduardo! Você me inspira a continuar.



segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Um assunto muito sério


(imagem da internet)

"Somos a única espécie que se reinventa. Mil anos atrás, a expectativa de vida era de 23 anos. Expandimos o significado do que é ser humano."
(Ray Kurzweil, 61 anos, pensador, escritor e empresário americano)

Peço licença para tratar de assunto muito sério. Não há como ignorar as estatísticas: a cada ano, vem aumentando o número de casos de câncer (Ca) no mundo. Aqui, como na América do Norte, os índices de Ca de mama nos levam a pensar: o que anda acontecendo no universo feminino?
Verdade seja dita: nunca se pesquisou tanto sobre esta doença como nos dias atuais. Os especialistas afirmam que, fora a genética, responsável por apenas 10% dos casos, uma combinação perigosa de fatores leva ao acometimento: estresse, redução do número de gestações e consequente pouco tempo de amamentação e maus hábitos de vida - aí incluídos sobrepeso, vida sedentária e má alimentação. Tudo de ruim.
Como faço parte das estatísticas - tive um carcinoma in situ há 4 anos, retirado com sucesso e tratado com radioterapia e quimioterapia oral - e já tinha este enorme interesse por alimentos funcionais, fui em busca de informação, porque não sou do tipo que 'morre na praia' sem fazer qualquer coisa. Fiquei impressionada: é uma enormidade de dados disponíveis, nas mais variadas mídias. Livros, revistas, sites, associações de apoio, todo mundo se mobilizando para encontrar maneiras de prevenir, tratar, melhorar a qualidade de vida das portadoras e até... curar!
Se eu fosse citar aqui as instituições de pesquisa que se interessam pelo item 'alimentação funcional na prevenção e no tratamento do Ca de mama', esta postagem ficaria muito longa. Para quem se interessar sobre o assunto, vou deixar algumas referências.
Na Universidade de Ontário, Canadá, a Dra. Lilian Thompson vem pesquisando há anos os efeitos da linhaça na prevenção e controle da doença, com resultados surpreendentes. Basta procurar por ela no google e um sem-número de artigos, em inglês e em português, estarão disponíveis para quem quiser conhecer seu trabalho, bem como a indicação de links relacionados.
Já o Dr. Bob Arnot, jornalista especializado na divulgação de resultados de pesquisa na área de saúde, publicou um livro, onde cita várias instituições de renome na pesquisa de câncer.
O livro não tem tradução em português, mas o seu valor é que o jornalista se interessou pelo tema por vivenciar o problema dentro de casa: sua sogra perdeu a luta contra um Ca de mama e sua esposa tinha alto risco de também ser acometida por causa da genética. No afã de encontrar alternativas que pudessem mudar o rumo da história, os dois foram em busca de toda informação disponível, o que se transformou no livro The breast cancer prevention diet (A dieta de prevenção ao câncer de mama) da editora Little, Brown and Company, New York/Boston.
Na(s) próxima(s) postagem(ens), pretendo, resumidamente, passar adiante as informações que recolhi sobre o que já existe de conclusivo a respeito de alimentos funcionais usados na prevenção e tratamento do câncer. Não sou nenhuma especialista nas áreas de saúde e nutrição, apenas uma grande curiosa (!) e quero compartilhar o que já aprendi e possa ser útil a tantas mulheres.
Mudar hábitos não é tarefa fácil, mas a vida vale a pena!

domingo, 19 de setembro de 2010

Mais pimenta, por favor!


(imagem do google)
Comecei a falar dela e tive que parar. Problemas técnicos: machuquei a mão e não conseguia digitar! Como tudo na vida pode se transformar em oportunidade, lá fui eu usá-la como antiinflamatório, uma das muitas qualidades desta ardida frutinha. E não é que funcionou? Em uma semana, meu dedo mínimo voltou ao normal, só porque enchi o prato de pimenta! Sucesso total.
Vivemos em um país privilegiado, onde 'em se plantando tudo dá', como escreveu Pero Vaz Caminha ao rei de Portugal. Por termos o clima certo, produzimos uma infinidade de tipos de pimentas por aqui. Lá no sítio cultivo algumas delas: a mais conhecida, malagueta, cresce pouco e fica linda quando da floração. A flor é branca e perfumada e vai fabricando um fruto rubro quem nem parece filho dela. Tenho também uma bem pequenininha, a cumari, também conhecida como pimenta-de-bode, que dá um arbusto de mais de um metro de altura. É mais suave e pode ser comida in natura por quem aprecia sabores fortes. Tenho ainda a pimenta de biquinho, que uma vez vi espalhada sobre a mesa de um almoço de aniversário cujo prato principal foi um cassoulet. Nada a ver? Disse-me a pessoa que preparou que era para espantar energias ruins e esquentar a festa. Não deu outra: tudo transcorreu no maior alto astral e o aniversariante, que é meu amigo e é músico, tocou piano com outros amigos ali presentes noite a dentro. Olha, foi muito bom!
Felizmente, hoje, nas cidades maiores, temos uma oferta variada de pimentas de nacionalidades, sabores e cores diferentes e podemos incrementar e até inventar iguarias com esta delícia sem culpa, já que ela faz é muito bem à saúde!
Apenas um alerta: cuidado com a conhecida pimenta-do-reino. Deve ser usada com parcimônia e sempre moída na hora, pois irrita a mucosa intestinal da maioria das pessoas.
No mais, tire partido desta saborosa fruta que, além de todas as qualidades de que já falamos, é um afrodisíaco da melhor qualidade, fazendo o sangue circular mais rápido e aquecendo o amor.
Até breve! Um abraço.
Em tempo: lembrei-me de certa vez em que fui a São Paulo e decidi jantar no famoso bairro da Liberdade, onde se encontra comida oriental das mais diversas localidades. Escolhi um restaurante coreano para experimentar e a comida deles é tão apimentada que saí de lá em estado de pura euforia. Muito bom!...

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Quanto mais ardente, melhor!

(imagem do google)
Coitadinha, ela já foi muito mal afamada. Já foi acusada, inclusive, de provocar o aparecimento de úlceras no estômago e no duodeno e até mesmo de criar hemorróidas, coisa mais desagradável e dolorosa. Verdade seja dita: ela arde!!! Já sabem de quem estou falando: da colorida, perfumada, saborosa... pimenta!
Pois então: esta belezinha foi, recentemente, absolvida, graças ao estudo de nutricionistas em diferentes centros de pesquisa. Continua sendo verdade que pessoas com úlceras, ou hemorróidas, bem como aquelas que têm alergia ao princípio ativo - geralmente manifesta na pele - devem usá-la com moderação. Entretanto, não precisam se privar do prazer que ela dá. Basta escolher, dentre tantas, as menos ardidas e se deliciar.
Esta frutinha abençoada é hoje considerada um alimento funcional. Quem lê minhas postagens sabe o que é isso, mas sempre vale a pena lembrar: estes alimentos são aqueles que, além de nutrir, também ajudam na prevenção, e até como coadjuvantes no tratamento das mais variadas doenças.
O nome da luxuosa substância responsável por esta fama recente é a capsaicina, encontrada nos frutos das plantas do gênero Capsicum, como a pimenta e o pimentão, e responsável pelo sabor picante de ambos.
Este componente é capaz de, entre outras maravilhas, agir na eliminação de gases intestinais. Não por acaso, a cuisine mexicana, sempre tão condimentada e resultante da mistura de vários ingredientes, é tão apreciada e sem contra-indicações, a não ser, repito, em casos de intolerância, ou problemas digestivos sérios. Além disso, a pimenta é levemente - mas, muito levemente mesmo! - alucinógena, o que faz dela um bom analgésico para dores crônicas. Funciona também como um tônico muscular, revigorando as energias, além de atuar como estimulante da circulação sanguínea, evitando trombos, os coágulos que entopem as veias - segundo o médico e especialista em alimentação funcional João Curvo, é em razão disso que ficamos corados quando comemos a danadinha! As cores fortes dos diversos tipos são, ainda, os famosos carotenóides, precursores da vitamina A, tão importante na manutenção da saúde dos olhos, da pele, dos cabelos.
Não é possível falar dela em uma só postagem: vou ter que continuar em um outro momento. Até lá!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Ainda para iniciantes

(imagem do google)


Para quem está se iniciando nos mistérios culinários, nada como algumas pistas oferecidas por alguém com um pouco mais de, digamos, kilômetros percorridos.
Hoje as dicas são sobre como cozinhar sem desperdiçar saúde.
Vamos lá:
1. Cozinhe os alimentos com um mínimo de água (já pré-aquecida) e só o tempo necessário para amolecê-los;
2. Use fogo baixo e cozinhe sempre com tampa (algumas substâncias preciosas se perdem na evaporação);
3. Prefira panelas fundas, evitando as de alumínio, que soltam resíduos altamente tóxicos para o organismo. Lembre-se sempre: é preferível ter poucas panelas, mas de boa qualidade;
4. Use os caldos em que foram cozidos os legumes e verduras para fazer sopas, molhos, arroz e feijão. Se não for usá-los de imediato, congele-os em formas de gelo e vá utilizando os cubinhos quando necessário;
5. Prefira verduras e legumes crus. Experimente adicionar coisas novas às saladas, como frutas, por exemplo - tente misturas inusitadas;
6. Não acrescente bicarbonato de sódio às hortaliças quando fervê-las, só para que conservem a cor: ele destrói as vitaminas e adiciona porção extra de sódio ao alimento, que não faz nada bem à saúde;
7. Não descasque os alimentos antes de cozinhá-los: grande parte das vitaminas vai embora. No caso de alimentos orgânicos de procedência confiável, experimente deixar a casca e ingeri-la: você se surpreenderá com os sabores;
8. Não processe os legumes muito antes de comê-los: quando expostos ao ar, perdem muita vitamina C, importante componente para o sistema imunológico;
9. Corte os alimentos sempre na direção das fibras (é fácil perceber!): elas são importantes para uma boa digestão e o bom funcionamento do intestino;
10. Cozinhe cereais sempre na panela de pressão, para preservar os nutrientes.
Saluti e... buono appetito!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Rapidinhas da cozinha - utilidade pública

(imagem da internet)


Recebi uma mensagem de minha querida amiga Mara e resolvi repassar as informações, resumidamente, por julgá-las da maior importância. É preciso conhecer bem o que ingerimos: nem tudo que reluz é ouro, diz o aforismo.
Bacilo DanRegularis = Bifidobacterium animalis.
Já ouviram falar? Claro: é o microorganismo dentro do iogurte Activia da Danone que promete regularizar intestinos preguiçosos em curto espaço de tempo.
E daí?
Bem: Bifidobacterium animalis é uma bactéria anaeróbica gram-positiva encontrada nos intestinos de animais de grande porte, inclusive humanos. Segundo a nutricionista Marília C. Duarte, de São Paulo, tal bactéria só produz o resultado prometido porque irrita a mucosa intestinal, 'provocando' o funcionamento do intestino por agressão.
Matéria publicada na Folha online informa sobre intervenção da Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária na Danone por causa do Activia.
Para lê-la é só acessar:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u416847.shtml

Feriado. Dia de preguiça.



(imagem da internet)

Quem pensa que a comida só faz matar a fome está redondamente enganado. Comer é muito perigoso.
Porque quem cozinha é parente próximo das bruxas e dos magos.
Cozinhar é feitiçaria, alquimia. E comer é ser enfeitiçado.
(RUBEM ALVES)

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Minhas mãos

(imagem da internet)


Tenho mãos de cozinheira. Unhas sempre aparadas, bem lixadas e quase nunca esmaltadas, para garantir boa higiene. No entanto, com as pontas dos dedos quase sempre escuras, manchadas de nódoa de casca de batata ou cenoura. Faz parte.
Tenho mãos de padeira. Apesar de um pouco tortas, por causa da artrose, elas trabalham, ligeiras e eficientes, entre tapas e carinhos, a massa de trigo, óleo e água, até que ela se renda ao toque e esteja pronta para virar pão.
Tenho mãos de confeiteira. Adoro misturas saborosas, de diferentes formatos, doces ou salgadas, que sejam saborosas, mas pouco calóricas, como convem a quem se pauta pelo conceito de alimentação saudável.
Estou sempre na cozinha, preparando gostosuras para família e quem chegar; por isso, olho muito para minhas mãos. Já estão se pintando devagar, por causa da idade, mas as vejo amorosas, ágeis e, depois de tanto tempo de forno e fogão, hábeis na feitura delicada dos alimentos.
Outro dia revi um filme, It's complicated (em português, Simplesmente complicado), com Meryl Streep - sempre maravilhosa! -, um Alec Baldwyn fora de forma, mas ainda bonito, e o competente Steve Martin. É uma comédia romântica, na qual a personagem de Meryl viveu por um tempo na França, onde aprendeu confeitaria com os mestres de lá. Há uma cena linda, início do envolvimento entre ela e o personagem de Steve Martin, ambos divorciados e em busca de uma relação leve e prazerosa. Ela o leva, de madrugada, até sua confeitaria, ele pede um croissant de chocolate. Aí começa um movimento rápido de cenas cheias de risos, toques de mãos, ela ensinando, ele aprendendo, uma cumplicidade deliciosa que termina com os dois saboreando os croissants, quando, então, ele lhe toma a mão delicadamente e começa a olhar e a beijar as pequenas marcas deixadas pelo tempo e pela vida passada na doceria. Emocionante!
Descobri que gosto muito das minhas mãos e que cozinhar é um ato carregado de sensualidade. Fiz a escolha certa!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

De volta ao começo

(imagem do google)

Sei que é verso de canção popular, mas dele me aproprio para nos remeter ao dia 01/06/2010, quando publiquei um texto com o título COMEÇANDO PELO COMEÇO. A intenção era - e é! - a de mostrar àqueles que têm medo de 'enfrentar' a cozinha, por julgarem que não sabem por onde começar, que cozinhar é uma questão de gosto: começa-se e não se quer mais parar. Acreditem: comigo foi assim.
Naquela postagem, falei sobre os utensílios necessários a quem se dispuser a 'tomar coragem e mexer o caldeirão'. Cozinha montada, vamos ao que interessa.
Hoje começo a falar sobre pratos simples de preparar. Vocês gostam de macarrão instantâneo? Muito fácil de fazer. Aí, me perguntarão: mas você não é a advogada da alimentação saudável? Sou, e na minha casa se come macarrão instantâneo, quando o tempo está curto para caprichar numa refeição mais elaborada.
A massa do macarrão instantâneo - de qualquer marca - é um alimento bastante leve, feito com sêmola e água e que quase não tem sabor; tão leve que cozinha em três minutos. O problema é aquele pacotinho prateado, cheio de substâncias artificiais, que vem junto, a guisa de tempero. Ali está o veneninho, em dose não-homeopática. Em especial, um vilão chamado glutamato monossódico, que sobrecarrega nossos rins de trabalho. O que fazer?
Meu filho adora macarrão instantâneo e costuma me pedir para fazer 'miojo rico'. Trata-se da massa preparada em forma de sopa com a adição dos meus temperos, ou seja, sal ou molho shoyu, cheirinhos verdes em quantidade, um dente de alho amassado, cebola picadinha e ervas a gosto - as que tenho em casa. Junta-se um tomate picadinho em cubos, sem pele e sementes, um pouquinho de couve cortada fininho - ainda segundo meu filho 'couve cabelinho de anjo' -, se tiver, batatinha, ou cenoura raladinhas, uma pimenta para quem gosta e está pronta uma sopa saborosa, rápida e nutritiva. Boa para se comer à noite, ficar satisfeito e não ter pesadelos.
Gostaram? Pois é, o negócio é inventar, tentar e fazer receitas diferentes com esta sugestão.
Uma dica preciosa: massas não devem ser ingeridas com molho de tomate, ou proteína animal - isso quer dizer carne bovina ou suína, frango e/ou similares. A mistura fermenta e... engorda!
Japoneses raramente apresentam problemas de obesidade. Japonês gordo geralmente é lutador de sumô. No geral, é um povo esbelto e isso tem a ver com genética, sim, mas também com hábitos alimentares. Eles gostam muito de comer macarrão instantâneo e, além da massa, acrescentam vegetais exóticos (para nós!), como raiz de bardana, muito boa para a digestão, gengibre, cheiros verdes - que plantam nos telhados, por causa da falta de espaço. E, vez por outra, pedacinhos de peixe cozido e bolinhas de arroz - lá tem muito dos dois! O interessante é que, diferentemente de nós, eles comem os sólidos com hashi, aquele par de palitinhos que nos parece tão difícil de manusear e, ao final, bebem o caldinho na própria tijela, sem qualquer cerimônia.
Já dá para se aventurar, não acham? Então... ao miojo!