quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Rapidinhas da cozinha: esclarecimento

(imagem da internet)
A partir do comentário e da dúvida de uma amiga querida a respeito do louro, venho aqui esclarecer e o faço em nova postagem para que todos possam se beneficiar da informação.

Laurus nobilis, ou seja, louro é uma denominação geral para vários tipos da planta. Dentre os subtipos, só um é comestível: o nosso conhecido, chamado sweet bay (baía doce). Os demais são todos venenosos. Por isso, minha sugestão é:
1) não comprar louro, ou qualquer outra erva, nos chamados 'raizeiros', a menos que seja pessoa conhecidamente idônea e em quem você confie, ou que tenha um estabelecimento regular e legal para a comercialização dos produtos;

2) para temperar, fazer chá, ou qualquer outro uso para INGESTÃO, utilize as marcas disponíveis nos supermercados e lojas especializadas, que vêm em saquinhos, desidratados e garantem a segurança do produto. Lembre-se que, como foi dito, a planta é levemente narcótica e deve ser utilizada com cuidado e de acordo com a indicação.

A fonte da informação sobre o sweet bay é:
HERBS. DK Pocket Encyclopedia. Contributing editor: Lesley Bremness. 1992
Saiba mais:
Venenosas - plantas que matam e também curam
Autor: Gil Felippe
Editora Senac

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Prece hindu

(imagem da internet)
Meus queridos, passei uma semana lá no sítio. Estou aqui de passagem, vim fazer meu trabalho e volto amanhã, ou depois. Lá é onde me renovo, em todos os sentidos. Quem me lê descrevendo minhas experiências naquele cantinho deve imaginar que é um paraíso na terra. De fato é, para mim. Não pensem, porém, que seja um lugar cheio de luxo, com hectares e mais hectares de terreno. Tenho pouca terra, mas aproveito toda ela plantando, primeiro porque quero ser saudável; depois, porque sou descendente de imigrantes italianos, de quem herdei o amor pela agricultura; e, ainda, porque amo remexer no chão, jogar as sementes, esperar ansiosamente pelos brotinhos novos surgindo e a vida se renovando.

Minha casa é muito simples - e muito lindinha, eu acho! -, do tamanho ideal para uma família de três pessoas. Mas, as paredes exalam o amor com que as impregnamos e quem já foi lá sentiu-se acolhido e feliz.

A cada temporada que passo ali - são períodos mais longos, porque meu marido e eu somos aposentados e meu filho, adulto portador de necessidades especiais - deslumbro-me com o poder de regeneração da natureza, com os espetáculos que nos cercam a cada dia, totalmente integrada com os ciclos da vida. Eu romantizo um pouco: muitas dessas experiências passariam desapercebidas aos olhos da maioria, porque talvez essas pequenas coisas sejam mesmo 'pequenas' demais para alguns olhares. No entanto, insisto em ver beleza neste lugar onde meu companheiro encontrou espaço para se dedicar a novas atividades, após ter deixado o trabalho formal; meu filho encontrou a liberdade, a leveza e a alegria que o meio urbano não lhe oferece; e eu... bem, eu estou feliz onde minha família é feliz.

Venho aprendendo, nesta existência, que o que nos faz verdadeiramente plenos não são coisas sofisticadas, ou complicadas. É preciso muito pouco para ser feliz de verdade: saúde, um cantinho sossegado, o sol sempre voltando, comida boa no prato, sono de qualidade ao final de um dia de trabalho útil, amigos queridos, livros e filmes que valem a pena serem lidos e vistos, a chance de fazer diferença na vida de algumas pessoas e, sobretudo, a PAZ.

Por tudo isso, hoje partilho com vocês uma oração que integrei à minha vida.


É maravilhoso, Senhor, meus braços perfeitos

quando há tantos mutilados;

meus olhos perfeitos, quando tantos não têm luz.

Minha voz que canta, quando tantas emudecem.

Minhas mãos que trabalham, quando tantas mendigam.

É maravilhoso, Senhor, voltar para casa

quando tantos não têm casa para onde voltar.

É bom sorrir, amar, viver, quando tantos choram, odeiam, se revoltam,

têm pesadelos e morrem sem viver.

É maravilhoso, Senhor, ter um Deus para crer

quando tantos não possuem o lenitivo de uma crença.

É maravilhoso, Senhor, ter tão pouco a pedir

e tanto para agradecer.

Assim seja.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Louro, cheiroso e estimulante

(imagem do google)

A árvore Laurus nobilis - o nosso tão conhecido louro - era consagrada a Apolo, o deus grego da profecia, da poesia e da cura. Suas profecias eram comunicadas pelas sacerdotisas de Delfos, que, entre outros rituais, mastigavam folhas de louro antes de consultarem seu oráculo. Como essas folhas são levemente narcóticas quando ingeridas em altas doses, é possível que induzissem a um estado de transe. O templo de Apolo em Delfos tinha o teto todo coberto com folhas de louro, com a finalidade de proteger contra doenças, magia e relâmpagos. Uma guirlanda de folhas de louro trançadas tornou-se a marca da excelência para poetas e atletas e, para os Romanos, o louro era um símbolo de sabedoria e glória. O termo latino laurus significa láurea, ou laurel (= prêmio, honra) e nobililis quer dizer renomado (= de boa reputação). O louro foi também usado, durante séculos, como remédio contra a peste.

Aqui no Brasil, as folhas de louro são muito usadas no preparo de feijão e feijoada, além de alguns pratos de carne. Ele também compõe o famoso bouquet garni da culinária francesa, junto com o tomilho e a sálvia. Amarra-se os raminhos das três ervas com um fio comprido, antes de mergulhá-los na panela, de modo que possam ser retirados ao final do cozimento. Posso garantir que confere um sabor inigualável a qualquer preparo.

O louro também dá gosto especial aos temperos marinados, quando se deixa carne mergulhada de véspera em uma mistura de vinho e alho, para apurar. Eu o uso ainda quando faço sopas de batata, mandioca ou moranga, e para temperar ricota, junto com outros ingredientes.

Seu perfume é estimulante do apetite e uma infusão de louro auxilia a digestão. Segredinho: um ramo fresco pendurado à cabeceira da cama induz o sono.

Com tantas qualidades, deve haver outros usos para esta folha cheirosa e se vocês conhecerem algum, não se façam de rogados: podem enviar para a minha cozinha, combinado?

Amanhã vou novamente para o sítio, onde devo ficar por alguns dias. Quando chegar, entrarei em contato. Até lá, meu grande abraço.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Antidieta: comer & prazer

(imagem da internet)
Quando comecei a blogar sobre alimentação saudável, há alguns meses, refiz minha trajetória pelos caminhos da nutrição. Certa vez, li em uma revista publicada pelo Instituto Princípio Único, referência em dieta macrobiótica, o que o Prof. Tomio Kikuchi disse sobre esse sistema alimentar, criado por George Osawa e que ele introduziu no Brasil. Não me lembro agora das palavras exatas - faz tanto tempo... Mas, grosso modo, o que ele quiz dizer foi que 'dietas são para tratar problemas específicos, portanto, devem durar um tempo, até que sejam sanados, e depois volta-se à alimentação normal'. À época não digeri muito bem o que ele queria dizer. Alguns anos depois, durante um curso sobre Biodinâmica, uma abordagem um pouco rigorosa da alimentação, pelo menos no entender da minha instrutora, impressionou-me o que disse uma colega, enfermeira: "Penso que quando uma pessoa está debilitada num hospital deve comer sem muito rigor dietético. Que mal pode fazer ingerir um alimento que não seja, talvez, o mais correto, mas que a pessoa come com prazer e gosto? Acho que a recuperação também passa por aí". Mais alguns anos, em outro curso de orientação higienista, ou seja, comer bem e manter o organismo limpo, com o objetivo de prevenir doenças, minha professora falava sobre alimentação e prazer. Os pilares deste sistema, cuja meta é a reeducação alimentar, são: o que comer, quanto, quando e como. E ela repetia a todo momento a palavra compensar, querendo dizer que, mesmo que se coma de maneira errada num dia, para satisfazer um desejo, pode-se limpar o organismo no dia seguinte, tomando bastante água, sucos de vegetais e ingerindo frutas, para facilitar o trabalho de eliminação dos intestinos e mandar embora as toxinas.
Disto tudo aprendi que, se alguém quer perder peso, deve seguir uma dieta; quem tem doenças crônicas, também; quem precisa resolver um problema específico e temporário de saúde, idem. No entanto, não se deve abrir mão do prazer, no cotidiano. O segredo é não abusar de determinados alimentos com alto poder oxidativo, usar o mínimo possível de comida industrializada e processada, ingerir muita fruta - o abacaxi, por exemplo, é um auxílio luxuosíssimo - e vegetais e não abusar de sal, gordura e/ou açúcar. Mas, se um dia, você fizer tudo errado, porque não resistiu àquela lasagna à bolognesa, ou àqueles salgadinhos tipo comida de boteco, ou ao churrasco com os amigos, compense. Simples assim. Porque, vamos combinar, comer também rima com prazer.
Vou repetir aqui uma receita de suco de vegetais, que já publiquei anteriormente e é uma 'vassoura' para o day after. Aí vai:
Bata na centrífuga 5 cenouras, 1/4 de beterraba, 1 folha de couve, ou um punhado de salsa, ou outra folha verde escura, acrescente mação sem casca e sementes, 1 talo de aipo e uma fatia fina de gengibre. A fruta pode ser substituida, para variar.
Ainda sob a inspiração do filme de ontem, desejo-lhes bon appétit et... santé!

domingo, 14 de novembro de 2010

Magia dos blogs

(imagem da internet)
Acabei de ver o filme "Julie & Julia". Quando decidi iniciar um blog sobre comida, meu amigo, professor de literatura, que já o havia visto na Croácia em 2009, quando foi lançado, me disse que eu deveria assisti-lo. Não o fiz de imediato. O tempo foi passando e, com a minha preguiça de ir ao cinema, acabei deixando para ver o filme em casa, onde posso pausar a vontade, assistir parte num dia e a outra parte no dia seguinte, ficar enfiada numa calça jeans e camiseta e sentar esparramada no sofá. Tenho uma prima - meu marido a trouxe para mim quando nos casamos - que afirmava adorar salas de cinema, pois lembravam-lhe a infância, quando o pai, um cinéfilo contumaz, a levava para ver todos aqueles belos filmes europeus que a gente não encontra nas locadoras. Ela dizia que os cheiros, o tapete felpudo do chão, as cortinas de pano e as cadeiras de couro a remetiam a um tempo muito feliz e cheio de glamour. Quem viu o filme Cinema Paradiso sabe do que estou falando. Esse tempo, infelizmente, acabou. Hoje as salas são todas dentro de shopping centers, todas iguais, sem qualquer charme; o som é estridente e o tapete são milhares de pipocas e poças de Coca Cola, que nós, com nossa mania de achar que "o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil" acabamos por adotar como companhia para uma sessão de cinema. E achando um sucesso. Por isso a preguiça...
Voltando ao filme: hoje, ao vê-lo entendi o porquê da sugestão de meu amigo. Para quem ainda não viu, é mais um trabalho magistral de Meryl Streep, essa mulher e atriz maravilhosa que tem dedo de Midas: onde põe as mãos - e o talento -, vira ouro puro. A personagem, Julia Child, é uma mulher de diplomata que vive em Paris e quer arranjar ocupação criativa para seu ócio. Após inúmeras tentativas, é aceita como apendiz, para desvendar os segredos da cuisine française, no famoso Le Cordon Bleu. Seu alter ego, uma gracinha chamada Amy Adams, enche a tela de graça e simpatia. Ela faz Julie Powell, uma jovem frustrada porque todas as suas amigas de escola são mulheres bem sucedidas e ela é uma funcionária pública que trabalha ouvindo queixas de cidadãos. Apaixonada pelo livro de Julia e incentivada pelo marido, resolve começar um blog, decidida a testar e publicar 524 receitas durante um ano, todas elas do livro de Child. A história segue, entremeada por cenas engraçadas e tocantes do cotidiano de ambas e, ao final... bem, o final não conto, porque quem ainda não viu deve ver: é, digamos, saboroso - em duplo sentido!
Dizem que é o primeiro filme sobre blog e achei interessante que seja sobre comida, território no qual tantos se aventuram. Inclusive eu. Guardadas as diferenças - o blog de Julie Powell é para gourmands, o meu é sobre alimentação e saúde - as questões são exatamente as mesmas: será que alguém vai ler? será que alguém vai comentar? será que vou atingir meu objetivo inicial?
Hoje, sem a ansiedade do começo, posso afirmar que, neste primeiro ano - período em que me propus testar -, o retorno foi além das minhas expectativas. Conheci gente, fiz novos amigos, me surpreendi com os visitantes das mais diferentes e distantes regiões do planeta e vou conseguindo ajudar as pessoas a comer melhor e manter a saúde.
Vou continuar no ano que vem? Sim! E quero mais: mais amigos, ser útil a mais gente e continuar a pesquisar sobre um assunto que já me interessa há tanto tempo.
Sabe aquelas listas de final de ano, na qual fazemos propósitos para o ano seguinte? Pois é: este blog estava na lista de 2009 para 2010. Vai continuar na lista!

sábado, 13 de novembro de 2010

Hipertensão: livre-se desse inimigo oculto

(imagem da internet)
O marido de uma amiga tem pressão alta. Ela, amorosa e atenta, me pediu uma sugestão de dieta para ele, que, segundo consta, é um cozinheiro de primeira linha. O interessante nesta história é que, geralmente, a recomendação para hipertensos é reduzir, ou mesmo, cortar o sal. Esta é uma ótima medida para todos nós, porque sal em excesso é inimigo da saúde em geral. No entanto, há outros recursos que podem auxiliar os hipertensos a manter a pressão sob controle e resolvi postar isto aqui, porque poderá ajudar mais pessoas. Na minha modestíssima opinião - que não é científica, apenas baseada na observação -, os problemas decorrentes da hipertensão envolvem distúrbios renais e reumáticos, além dos cardíacos e coronarianos, num segundo momento. Portanto, uma atenção mais criteriosa às alterações de pressão acabam por evitar outros males.
A ilustração acima é didática e mostra que o controle da pressão arterial passa por caminhos muito semelhantes às recomendações gerais para a manutenção da boa saúde. E há os alimentos funcionais, que aliados à medicação específica, auxiliam o paciente hipertenso. Vamos a eles.
No mundo das frutas, temos o abacate, que evita males secundários, como artrite e gota. Como é uma fruta oleaginosa, deve ser consumida com moderação. Gosto de inventar moda e ficar experimentando novas possibilidades para velhas receitas. Costumo bater meio abacate no liquidificador, com caldo de meio limão. Vira um creme bonito, que pode ser comido sozinho, ou servido como acompanhamento para saladas, substiuindo a maionese, que não faz nada bem à saúde. Aí você coloca os temperos que quiser: com chili, por exemplo, é ótimo. Aliás, pimentas em geral são ótimas para a circulação do sangue, excetuando-se a pimenta-do-reino.
A banana é uma fruta de muitos recursos: nutre, é calmante e , se comida à noite, induz ao sono. Ela é uma excelente fonte de potássio, que equilibra o metabolismo e a absorção do sódio, base do sal de cozinha.
A melancia contem uma substância, a cucurbitina, que é hipotensora, porém, como é um pouco indigesta, deve ser consumida em quantidade moderada de cada vez. Batida com água e hortelã, dilui e dá um suco delicioso.
O damasco seco dá uma boa mão ao trabalho dos rins. Costumo comer três por dia, bem lavados para tirar qualquer microorganismo, já que é vendido no peso.
O limão, de preferência o rosado, também conhecido como limão ferra-fogo, ou limão-capeta, é um aliado do hipertenso. Atenção apenas aquelas pessoas que sofrem com problemas estomacais, porque é muito ácido.
Lá no comecinho do meu blog, em março, há três postagens sobre o azeite de oliva extravirgem, que é considerado uma gordura 'do bem', portanto, aliada do hipertenso. Já a azeitona, matéria prima do óleo, deve ser evitada, porque a conserva é muito salgada.
No reino dos vegetais, três deles são, por excelência, hipotensores. O agrião, por ser diurético, que deve ser consumido sempre cru, pois no cozimento perde sua propriedades medicinais. A salsa, também diurética, usada em infusão: colocar 30 gramas de sementes em 200 ml de água fervente, deixar descansar por 10 minutos. Filtrar e beber. Muito cuidado, porém, na hora de comprar as sementes. Aquelas vendidas em pacotinhos para plantio costumam ter agrotóxico sistêmico agregado. O ideal é ter uma mudinha num vaso, deixar crescer até dar flores, separar as sementes, desidratá-las no forno e guardar para o chá. Por último, o alho, usado do jeito que preferir, como tempero, como ingrediente, ou puro mesmo. Tenha apenas o cuidado de não fritá-lo, ou cozinhá-lo por mais de seis minutos, pois perde seu princípio ativo, a alicina. O ideal é usá-lo ao final dos preparos.
E por fim, que me perdoem os carnívoros: carne vermelha é um veneno que deve ser evitado por hipertensos. Brasileiros, em geral, não conseguem imaginar reuniões sem churrasco, geralmente regado a cerveja - combinação perigosa. Quem tem pressão alta deve ter cuidado, porque a carne do churrasco é temperada apenas com sal e, por isso, costuma-se exagerar na quantidade. Não consegue resistir à carne vermelha? Coma com muita moderação: talvez um bife magro, grelhado, temperado com manjericão, caldo de limão e um pingo de molho shoyu. Fica saboroso e o estrago é praticamente nenhum, se você comer, no máximo, duas vezes na semana. E MUITO CUIDADO com embutidos em geral, que, além de hipertensivos, são também cancerígenos.
Fique longe do tabaco, tão prejudicial ao organismo como um todo; reduza o colesterol, se for o caso; e viva de olho nos rótulos dos produtos industrializados, para escolher os que têm menor teor de sódio.
Use e abuse das ervas culinárias, dê preferência ao sal marinho - encontrado em lojas de produtos naturais -, evitando o refinado, e experimente o chamado Sal Light, já disponível nas mesmas lojas, e que é uma combinação equilibrada de sódio e potássio. Evite frituras, principalmente aquelas vendidas como tira-gosto, tipo chips, que contêm muito sódio. Quem é hipertenso e também diabético, deve evitar o uso de sacarina e/ou ciclamato sódicos. Prefira a stévia de boa procedência, que não contem nenhum outro edulcorante. Cuide bem da sua pressão. Seu corpo todo agradece.
Em tempo: as informações contidas aqui são uma compilação de artigos em livros, revistas científicas e não-científicas, conversas com profissionais de saúde e nutrição, dentre outras fontes.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Coentro: cheiroso, gostoso e intenso



(imagem da internet)
O coentro (Coriandrum sativum) vem sendo cultivado como erva medicinal e culinária há pelo menos 3000 anos. É mencionado em textos em sânscrito, a língua mais antiga do mundo, nos papiros egípcios, nos contos árabes das Mil e Uma Noites e até na Bíblia, numa referência ao maná, o alimento com que Deus proveu os israelitas no deserto, após a fuga do Egito.

Esta erva de cheiro intenso, bem parecida com a salsa no formato, foi trazida para a Europa pelos romanos e, combinada com cominho e vinagre, era esfregada nas carnes para conservá-las. Os chineses acreditavam que ela conferia imortalidade e, na Idade Média, o coentro era um dos ingredientes de poções do amor, por suas supostas propriedades afrodisíacas. No Peru, uma das tribos aprecia tanto as folhas e seu cheiro, que utiliza o coriandrum sativum para aromatizar ambientes. Quando está maduro, seu perfume é considerado narcótico, induzindo a estados alterados de consciência.

Aqui no nosso Brasil, o coentro é bastante utilizado no preparo de peixes, tanto fresco quanto desidratado. Mas seu uso culinário vai além: é usado em chutneys(= uma mistura de várias frutas, sementes de sabor e cheiro intensos e açúcar, que acompanha alguns pratos de carne, ou queijo); no preparo do molho curry; e suas sementes são uutilizadas para saborizar tortas de maçã. Tem gente que gosta de usar o coentro em sopas e cozidos de vegetais, como o famoso ratatouille. Eu, particularmente, prefiro a versão desidratada, porque cheiros muito fortes me dão dor de cabeça.

Sua utilização como erva medicinal é sob a forma de chá (infusão), como tônico digestivo e sedativo leve. É um estimulante da função hepática e combate gases intestinais.

Receitinha de ratatouillle:

Ingredientes
6 cebolas médias
6 tomates
6 abobrinhas italianas
1 beringela grande
1 pimentão verde
1 pimentão vermelho
2 dentes de alho
Sal a gosto
Pimenta-do-reino (opcional; eu evito porque é de difícil digestão)
1 folha de louro
Sementes de coentro (ou uma colher de coentro desidratado)

Modo de preparo

Corte a beringela em rodelas finas e deixe de molho em uma vasilha com água e vinagre por 15 minutos para retirar o tanino (que lhe confere o gosto amargo).
Corte as abobrinhas em rodelas finas.
Corte o tomate em cubinhos, sem pele e sem sementes.
Retire as sementes dos pimentões e corte em tiras.
Coloque o azeite numa panela e doure as cebolas cortadas em rodelas finas, acrescentando depois o alho amassado.
Junte, em seguida, os legumes, o louro e o restante dos temperos, tendo o cuidade de não 'machucar' os legumes.
Cozinhe em fogo baixo, com a panela semitampada, até que os legumes fiquem tenros.
Sirva com arroz.

* O ratatouille é um prato de origem francesa, da região da Provença, e foi título e tema de um desenho divertidíssimo da Disney-Pixar.

Neste fim de semana vou dar um tempinho de postar sobre ervas e partirei por outros assuntos. Na segunda, retorno. Beijos.