quinta-feira, 1 de abril de 2010

Nada radical - 2a. parte

Retomando nosso assunto, após concluirem que a equação seria 'quanto mais antioxidantes, menos radicais livres', cientistas de algumas instituições foram para o laboratório experimentar. O grupo de antioxidantes mais estudado foi: vitamina C, vitamina E e betacaroteno, ou pró-vitamina A, além dos polifenóis. In vitro o resultado era animador. Entusiasmados, pesquisadores iniciaram, então, a observação em humanos. O número de indivíduos expostos foi bastante significativo e a metodologia escolhida bem criteriosa. Veio a decepção... Os antioxidantes não se comportaram conforme o esperado e, em certos casos, acontecia o contrário: ao invés de protegerem, tornaram-se tóxicos. À exceção da vitamina E, que mostrou algum efeito em relação a problemas cardiovasculares, as demais substâncias não apresentaram resultado significativo. E mesmo a vitamina E podia aumentar o risco de insuficiência cardíaca, o que parecia uma incoerência. Explico: existem oito formas diferentes dessa vitamina na natureza, mas nosso organismo utiliza apenas uma elas, chamada alfa-tocoferol, que é extraído da corrente sanguínea por uma proteína altamente especializada, presente no fígado. Além disso, sabe-se que todas as substâncias interagem, umas com as outras, em nosso organismo para serem absorvidas eficientemente, ou seja, são interdependentes.
A essa altura, milhares de pessoas no mundo inteiro estavam tomando suplementos sem qualquer critério, como sempre ocorre quando sai uma notícia bombástica sobre algo que promete milagres. Por essa razão, a ciência precisou - e ainda precisa - refazer o caminho da pesquisa, estudar mais. Algo de muito bom, no entanto, resultou disso tudo: hoje sabemos que uma alimentação rica em frutas, legumes e verduras não é substituível pela ingestão de suplementos vitamínicos.
Faz sentido. De nada adianta ingerir substâncias sintéticas se continuamos a nos alimentar de forma errada, combinando mal os alimentos, usando 'falta de tempo' como desculpa para a preguiça de escolher, e mesmo preparar, um alimento saudável, vivo. Nosso paladar anda viciado em sabores artificiais e somos dependentes de tudo que é ruim para nosso corpo. Calma! Estou generalizando...
Conclusão: até que se tenha mais conhecimento a respeito, nada de tomar suplementos por conta própria, a menos que se tenha alguma deficiência, o que só um médico, a partir de testes laboratoriais, pode determinar e prescrever.
E os indivíduos que apresentam uma qualidade de saúde a partir da ingestão de determinados alimentos? Bingo! Nosso organismo assimila melhor aquilo que ingerimos em seu estado natural, minimamente processado. Assim sendo, a ordem do dia é: muita cor e variedade no prato e muito prazer à mesa. Vamos combinar que, cá na nossa maravilhosa terra brasilis, com a imensa diversidade de sabores que a natureza-mãe nos oferece, fica fácil mudar de rumo e viver melhor.
Saúde! E mais uma vez, boa Páscoa!

2 comentários:

Regina Rozenbaum disse...

Fiquei lembrando de minha avó e mãe amada que, quando criança, me "obrigava" a experimentar todos os legumes e verduras possíveis...O povo de antigamente era muito mais sábio, né? Hoje, sem o menor esforço, agradeço essas lições e nem consigo comer sem ser um prato MULTICOLORIDO! Mas ainda cometo muitos erros, em nome da tal correria!!!
Beijuuss n.c.

Angela Fonseca disse...

Errou? Compense! Fique no suco, no abacaxi, na sopinha por um dia e tudo se ajeita. Minha ideia de alimentação saudável é esta: tem que ser feliz à mesa, comer de tudo que se gosta. Combinou errado? Exagerou? Tudo tem jeito: compense! Nada de fanatismo, que ninguém merece! Bjs carinhosos